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Anatel indica Baigorri como secretário-geral adjunto da UIT

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, concorrerá ao cargo de secretário-geral adjunto da UIT (União Internacional de Telecomunicações) para o período de 2027-30. A candidatura foi aprovada pelo conselho diretor da agência brasileira na última quinta-feira, 22.

Cabe ao secretário-geral adjunto assistir ao secretário-geral da organização na coordenação das atividades, preparação e implementação de seu planejamento estratégico.

O anúncio oficial das candidaturas deve ser feito no dia 18 de junho e as eleições ocorrem em novembro de 2026, em Doha, Catar, durante a Conferência de Plenipotenciários da UIT.

O Brasil também se candidatou como estado-membro do Conselho da UIT. O País já ocupa assento no mandato atual.

Fonte: Mobile Time

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Maio, o Mês das Telecomunicações: ABTELECOM promove lives comemorativas

O mês de maio tem um significado especial para os profissionais, estudantes e entusiastas da engenharia de telecomunicações. Comemoramos duas datas marcantes que valorizam o papel estratégico das telecomunicações no Brasil e no mundo: o Dia Nacional das Telecomunicações (5 de maio) e o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação (17 de maio).

Essas datas não são apenas simbólicas. Elas nos convidam a refletir sobre o impacto da conectividade, da inovação tecnológica e da transformação digital na vida da sociedade contemporânea. E, para fortalecer ainda mais essa reflexão, a ABTELECOM (Associação Brasileira de Telecomunicações) promoveu, neste mês de maio, duas lives especiais com especialistas renomados da área, marcando o início de uma nova tradição: todo dia 5 e 17 de maio, teremos eventos técnicos promovidos pela associação.

5 de Maio – Dia Nacional das Telecomunicações

Comemorado em 5 de maio, o Dia Nacional das Telecomunicações homenageia o legado do Marechal Cândido Rondon, patrono das comunicações no Brasil. Reconhecido por sua atuação pioneira na instalação de linhas telegráficas em regiões remotas do país, Rondon contribuiu de forma decisiva para a integração territorial e social do Brasil. A data celebra não apenas sua trajetória, mas também o papel essencial dos profissionais que atuam na construção e manutenção da infraestrutura que sustenta a sociedade digital moderna.

Para marcar essa data, a ABTELECOM promoveu uma live especial com o tema “Infraestrutura de 5G: Desafios e Oportunidades para o Brasil”, ministrada pelo Dr. Rogério Moreira Lima, Diretor de Inovação da associação. Engenheiro Eletricista formado pela UFMA, mestre pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e doutor em Engenharia Elétrica/Telecom pela PUC-Rio, o palestrante apresentou uma análise profunda sobre os caminhos e barreiras para a implantação do 5G no Brasil. Entre os temas abordados, destacaram-se a conectividade inteligente, a Internet das Coisas (IoT) e o futuro da infraestrutura digital no país, com foco nas transformações tecnológicas e sociais que o 5G poderá proporcionar.

 

17 de Maio – Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação

Instituído pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, celebrado em 17 de maio, tem como objetivo ampliar a conscientização sobre o papel das tecnologias da informação e comunicação (TICs) no desenvolvimento socioeconômico global. Essa data convida governos, instituições e a sociedade civil a refletirem sobre como a conectividade pode promover inclusão, crescimento e inovação.

Para destacar essa celebração, a ABTELECOM realizou a live “A Engenharia por Trás da TV 3.0: Destaque no Dia Mundial das Telecomunicações”, apresentada pelo Engenheiro Eletricista Leonardo Gonsioroski. Mestre em Engenharia Nuclear pelo IME e doutor em Engenharia Elétrica/Telecom pela PUC-Rio, Gonsioroski é professor da UEMA e membro titular da Academia Maranhense de Ciências. Durante sua exposição, ele revelou os bastidores técnicos e os desafios da implantação da TV 3.0 no Brasil — uma revolução que promete tornar a televisão aberta mais digital, interativa e conectada ao futuro. A apresentação também destacou o papel estratégico das engenharias de telecomunicações, eletrônica e computação na transformação da experiência audiovisual e na promoção da inclusão digital em escala nacional.

ABTELECOM: Tradição e Inovação nas Telecomunicações

Desde 1947, a ABTELECOM atua no fomento do desenvolvimento técnico e científico das telecomunicações no Brasil. Como a associação nacional pioneira da área, sua missão é fortalecer a atuação dos profissionais do setor e incentivar o debate qualificado sobre os desafios e soluções em infraestrutura, conectividade e inovação.

A instituição firmou o compromisso de, a partir deste ano, realizar lives temáticas nos dias 5 e 17 de maio, transformando o mês de maio oficialmente no Mês das Telecomunicações. Essas ações visam conectar ainda mais os profissionais da área, disseminar conhecimento técnico e valorizar o papel da engenharia no desenvolvimento do país.

Assista às lives e acompanhe as próximas edições no canal oficial da ABTELECOM no YouTube:
https://www.youtube.com/@ab_telecom

Se você é engenheiro, estudante, pesquisador ou profissional da área de TICs, acompanhar essas iniciativas é essencial para se manter atualizado e engajado com os rumos da transformação digital no Brasil.

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Brasil alcança novo marco para a conectividade: 1.000 cidades com leis de antenas atualizadas

O resultado será apresentado pelo Movimento ANTENE-SE em evento na sede da Anatel, em Brasília, no dia 13 de maio

O Movimento ANTENE-SE oficializará, na próxima terça-feira (13), em reunião na sede da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), em Brasília, com a presença de diversas autoridades e parceiros, um novo marco para o avanço da conectividade no Brasil: 1.000 cidades do país, que concentram 57% da população brasileira, passam a contar com legislações municipais atualizadas para infraestrutura de telecomunicações — as chamadas leis de antenas.

Esse é um passo fundamental para a implementação de equipamentos adequados à operação de novas tecnologias, como o 5G. O acompanhamento dos municípios com leis de antenas atualizadas é feito desde 2021 pelo ANTENE-SE, coalizão liderada pela Abrintel (Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações), que conta com o apoio da Anatel e a colaboração de sete entidades de diversos setores:

  • Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica);
  • ABINC (Associação Brasileira de Internet das Coisas);
  • Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC – e de Tecnologias Digitais);
  • CNI (Confederação Nacional da Indústria);
  • Feninfra (Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática);
  • MID (Movimento Inovação Digital);
  • TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas).

A Anatel disponibiliza em sua página da internet uma sugestão de projeto de lei municipal para atualizar a legislação local de  instalação de antenas.

O efeito positivo da modernização das leis de antenas pode ser comprovado pela maior concentração de equipamentos de 5G em cidades que contam com legislações atualizadas. Segundo dados do ANTENE-SE, atualmente há 450 cidades com leis aprovadas e com o 5G em funcionamento. Nesses locais, estão cerca de 85% de todas as estações de 5G do país (41 mil estações).

Por outro lado, 849 municípios — quase o dobro do número de cidades com leis atualizadas — já operam com a quinta geração de rede móvel, mas sem legislação adequada. Nesses locais, existem apenas 6,3 mil estações 5G, o que equivale a 15% do total nacional. Enquanto os municípios com leis atualizadas têm, em média, 77 Estações Rádio Base (ERBs) 5G, os que não possuem legislação específica apresentam média de apenas 7,5 antenas — cerca de dez vezes menos. Além disso, a população média atendida por estação também revela uma diferença significativa: em cidades com leis atualizadas, há uma média de 3.189 habitantes por ERB; já nos municípios sem regulamentação, esse número sobe para 7.031 habitantes por estação.

O estado de São Paulo, por exemplo, lidera em número de cidades com leis aprovadas (622 municípios) e na taxa de ERBs instaladas, com mais de 10.200 estruturas — o equivalente a 25% do total nacional. Já o Acre, unidade federativa com o menor número de antenas 5G no país (apenas 169), conta com cinco cidades atendidas pela tecnologia, das quais duas possuem legislação atualizada.

Outro dado relevante: ao comparar as cidades com mais de 100 mil habitantes que já possuem 5G, aquelas com nova legislação alinhada à norma federal têm uma taxa de habitantes por antena quase duas vezes menor do que as que ainda não atualizaram suas leis. Esse é um sinal claro de que uma legislação moderna contribui diretamente para ampliar a conectividade municipal.

Na prática, a chegada de novas tecnologias depende da presença de estruturas adequadas de suporte e, para isso, o primeiro passo é contar com regulamentação apropriada. A operação do 5G demanda um número significativamente maior de antenas do que as tecnologias anteriores, e a instalação dessas infraestruturas depende de leis municipais atualizadas, que desburocratizem o processo de implantação de torres e antenas.

A ausência de uma lei específica traz uma série de complicações para os municípios, que enfrentam dificuldades na instalação de novas antenas, comprometendo a cobertura do sinal e a qualidade do serviço. É importante destacar que há muitas cidades em que o 5G já está instalado, mas sem uma lei de antenas atualizada. Isso pode gerar insegurança jurídica e atrasos na construção de novas estruturas — torres, mastros, postes etc. —, dificultando a expansão da cobertura e a densificação do sinal.

O Movimento ANTENE-SE foi criado em 2021 por entidades de diversos setores com o objetivo de incentivar a atualização das leis de antenas nas cidades brasileiras. A iniciativa demonstra que a melhoria da conectividade, decorrente do avanço na regulamentação da infraestrutura de telecomunicações, não apenas prepara o país para o 5G, como também contribui para o desenvolvimento econômico e para a redução das desigualdades sociais.


Serviço
Evento: Solenidade de celebração da marca de 1.000 cidades com leis de antenas atualizadas
Data: 13 de maio
Horário: Das 9h às 11h
Local: Sede da Anatel, Brasília (SAUS, Bloco E, 2º andar)

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Associações de ISPs lançam movimento em defesa do Comitê Gestor da Internet

As associações que representam provedores de Internet no Brasil, incluindo Abrint, InternetSul, Associação NEO, entre outras, iniciaram um movimento durante o evento AGC 2025 (Abrint Global Congress) em defesa do modelo brasileiro de governança da Internet – incluindo a manutenção integral das funções do Comitê Gestor da Internet (CGI.br) e com críticas aos debates do Congresso Nacional de mudança do modelo de Internet e às ambições da Anatel de assumir um maior protagonismo sobre a regulação do ecossistema de Internet . Em uma espécie de “flash mob” (mobilização organizada) durante o evento,  dezenas de dirigentes das principais associações, com o apoio do próprio CGI.br, circularam nos corredores do evento com camisetas em defesa do comitê e palavras de ordem em defesa do modelo de governança e contra o fim da Norma nº 4, que deixará de valer em 2027, segundo decisão da Anatel. Mauricélio Oliveira, que encerra na AGC 2025 seu mandato como presidente da diretoria executiva da Abrint, chamou a atenção para os riscos que podem ser trazidos pelo debate em curso no Congresso Nacional, especialmente no PL 4.557/2024, do deputado Silas Câmara (Republicanos/AM) que prevê a transferência de algumas atribuições do CGI para a Anatel. A agência reguladora de telecom seria também a responsável pela coordenação do Comitê Gestor de Internet. Conforme noticiou este noticiário, a Anatel se manifestou favoravelmente ao projeto. Em decorrência do apoio da Anatel, o Comitê Gestor da Internet aprovou, na semana passada, uma manifestação contrária ao PL 4.557. A posição da Abrint já havia ficado clara na abertura do evento, conforme reportou TELETIME, mas o movimento ganhou cores de um movimento maior, congregando outras associações e uma mobilização organizada. A Abrint e demais associações que apoiam o movimento também saíram em defesa da manutenção da Norma 4/1995. Trata-se de uma regulamentação ainda da época do Sistema Telebras estatal, editada nos primórdios da Internet comercial no Brasil, que basicamente foi pensada para impedir que a Embratel (estatal que fazia o serviço de transmissão de dados no começo dos anos 90) monopolizasse o nascente mercado de acesso à Internet. Para a Abrint, esta separação é importante até hoje por uma questão principiológica, e não tributária. “Não se trata de uma questão tributária, mas de separar claramente onde começa o Serviço de Conexão à Internet (serviço de valor adicionado) e onde termina o Serviço de Acesso à Internet (telecomunicações)”, diz Basílio Perez, conselheiro da Abrint. Confira abaixo o discurso de lançamento do movimento:
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Anatel e UFSC ampliam debate sobre a sustentabilidade no setor de telecomunicações em seminário

Evento faz parte da Trilha de Sensibilização e Aculturamento em Sustentabilidade em Telecomunicações e integra o Projeto Estratégico Governança 4.0 ESG

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por meio do Centro de Altos Estudos em Comunicações Digitais e Inovações Tecnológicas (Ceadi) e da Superintendência Executiva (SUE), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promoveu, no dia 23 de abril, o 2º Seminário do Programa Anatel-S, como parte da Trilha de Sensibilização e Aculturamento em Sustentabilidade no Setor de Telecomunicações. O evento foi realizado na Sala dos Conselhos da Reitoria Central da UFSC, em Florianópolis (SC).

O seminário integra o Projeto Estratégico Governança 4.0 ESG, destacando a importância da sustentabilidade como eixo central das telecomunicações e da economia digital. A mesa de abertura foi conduzida pelo conselheiro diretor da Anatel e presidente do Ceadi, Alexandre Freire, e pelo pró-reitor da UFSC, Jacques Mick.

Freire ressaltou que o evento marca um momento significativo para a Anatel, enfatizando o papel crucial da sustentabilidade. “Quando refletimos sobre o setor de telecomunicações e sua relação com a economia digital e a sustentabilidade, percebemos que a sustentabilidade não é mais um elemento secundário ou ilustrativo. Ela se tornou um pilar essencial, um eixo estruturante da narrativa contemporânea”, afirmou. 

Ele também destacou a relevância da parceria com a UFSC. “Trata-se de uma instituição de grande respeito acadêmico, com a qual tenho o privilégio de colaborar há anos. Aqui, encontramos a fina flor do conhecimento científico”, declarou Freire, reforçando que a colaboração está alinhada à Agenda 2030 e impulsiona a transformação no ecossistema digital.

O pró-reitor Jacques Mick frisou que a parceria entre a Anatel e a UFSC é consolidada por projetos estratégicos. Ele lembrou que, em 2023, a UFSC elaborou um estudo de precificação do espectro para a Agência. “A Anatel tem sido uma fonte de inspiração, especialmente na construção de modelos de governança que podemos adaptar para renovar a governança universitária. Trabalhamos continuamente com recursos limitados, buscando otimizar processos, evitar duplicações e promover a multidisciplinaridade”, afirmou.

Mick finalizou destacando os aprendizados mútuos na agenda de sustentabilidade e expressou esperança de que a parceria continue a se expandir, influenciando outras instituições e comunidades.

A Agenda 2030 na Anatel

O conselheiro Alexandre Freire destacou a institucionalização da Agenda 2030 na Anatel como um marco para a governança da Agência. Ele explicou como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram incorporados aos processos regulatórios, com destaque para iniciativas como sandbox regulatórios e testes experimentais. Esses ambientes, segundo Freire, têm sido fundamentais para desenvolver soluções inovadoras, como a conectividade via satélite em áreas remotas, complementando outras tecnologias como fibra óptica.

Freire também enfatizou o papel dos servidores e do setor regulado na criação de uma cultura alinhada aos ODS, utilizando insights das ciências comportamentais para fomentar a inovação. Ele concluiu reforçando que a sustentabilidade é um eixo central da estratégia da Anatel, não apenas um complemento, e celebrou a parceria com a UFSC como essencial para avançar nessa agenda.

Telecomunicações Sustentáveis como Ecossistemas de Coprodução

O professor Roberto Pacheco abordou a integração entre telecomunicações e sustentabilidade, destacando a importância de iniciativas colaborativas que conectem operadoras, governos, instituições acadêmicas e comunidades. Ele apresentou exemplos de projetos que potencializam impactos em educação, inclusão digital e infraestrutura, alinhando-se aos ODS.

Pacheco também enfatizou a necessidade de adaptar o sistema acadêmico para atender demandas sociais, citando experiências práticas como mestrados direcionados a áreas estratégicas. Sua proposta de capacitação em Telecomunicações Sustentáveis, com workshops e desenvolvimento de projetos aplicados, reflete o compromisso em transformar teoria em ação concreta.

Telecomunicações Sustentáveis: Oportunidades e Desafios

O professor Hans Van Bellen explorou os desafios da sustentabilidade nas telecomunicações, destacando a necessidade de colaboração entre múltiplos atores. Ele apresentou casos como os investimentos da China Mobile em infraestrutura verde e cidades inteligentes, propondo que a regulação evolua para um modelo baseado em parcerias.

Van Bellen concluiu enfatizando que sustentabilidade deve ser um eixo central na transformação do setor, com metas como redução de pegada de carbono e promoção de energia limpa em áreas vulneráveis.

Anatel-S e próximos passos

Na última mesa redonda, parte do corpo docente da UFSC contribuiu com suas perspectivas sobre o Programa Anatel-S, apresentando o status atual do projeto e o planejamento até sua conclusão.

Os próximos passos incluem: o Curso Individual de Sensibilização em Telecomunicações Sustentáveis; o Curso para Equipes de Aculturamento em Telecomunicações Sustentáveis; Seminários de Divulgação e Difusão do Programa Anatel-S; o Instrumento Educacional de Mapeamento e Classificação de Iniciativas; além das produções intelectuais previstas para o projeto de P&D.

Com uma abordagem interdisciplinar, o programa desenvolve projetos que promovem a educação digital e a sustentabilidade organizacional, utilizando metodologias como a neoaprendizagem, que valoriza a colaboração e as particularidades individuais.

Ao conectar pesquisa e prática, o programa consolida a sinergia entre a Anatel e a UFSC, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios contemporâneos no setor de telecomunicações.

O Programa Anatel-S representa um avanço significativo na sensibilização e aculturamento em prol da sustentabilidade nas telecomunicações, além de reforçar o alinhamento da Anatel com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas, no contexto da Agenda 2030.

Fonte: ANATEL

Anatel participa da NAB Show 2025

Em uma das principais feiras de radiodifusão do mundo, e em eventos paralelos voltados ao público brasileiro, a delegação da Anatel focou-se no intercâmbio de conhecimento relacionado à TV 3.0

A delegação da Anatel, chefiada pelo conselheiro substituto Vinicius Caram, participou da NAB Show 2025. Na feira, promovida de 5 a 9 de abril em Las Vegas (EUA) pela Associação Nacional de Radiodifusores norte-americanos (National Association of Broadcasters), a Anatel teve, como principal foco, conhecer as tecnologias e equipamentos disponíveis para a implantação da TV 3.0. Esta tecnologia pretende somar a transmissão de conteúdo, realizada pela radiodifusão, à interatividade, integrando o aparelho com a banda larga do telespectador. A NAB Show é um dos principais eventos de radiodifusão do mundo.

Caram relatou o novo Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Frequências (PDFF), que atribuiu a faixa de 300 MHz à radiodifusão, possibilitando a adoção da TV 3.0 no Brasil. O PDFF, com a aprovação do Conselho Diretor da agência reguladora, tornou-se a Resolução nº 772, de 16 de janeiro de 2025.

O ATSC 3.0, um dos padrões disponíveis para a TV 3.0, mostra-se bastante promissor, oferecendo áudio e vídeo de alta qualidade e garantindo o uso eficiente do espectro. No entanto, o grande diferencial desse padrão é a interação entre consumidores e conteúdo, permitindo comentários, compartilhamentos e discussões em tempo real, inclusive nas redes sociais. Isso proporciona um espaço para o engajamento e a participação ativa, além de possibilitar novos modelos de negócio.

O corpo técnico da Agência visitou, ainda, uma emissora de TV norte-americana onde está sendo implementado o ATSC 3.0. A estação, que entrará em operação em junho, é um modelo de caso a ser acompanhado também pelos reguladores brasileiros.

SET:30 – A delegação brasileira também participou do SET:30, evento realizado pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) na NAB Show 2025. Assim como na feira principal, o destaque deste ano no SET:30 também foi a TV 3.0, com a apresentação de um protótipo de decodificador para utilização do padrão nos domicílios. O SET:30 é um espaço dedicado à troca de conhecimentos e experiências entre profissionais brasileiros e internacionais, abordando temas relevantes ao desenvolvimento da radiodifusão no Brasil.

AERP DAY – A agenda da delegação também incluiu a participação em outro evento paralelo voltado ao público brasileiro realizado no espaço da NAB Show 2025, o AERP DAY, promovido pela Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP).

Na visita, o conselheiro do órgão regulador brasileiro enfatizou a necessidade de desenvolvimento de modelos como a TV 3.0, para promover uma melhor experiência ao público, com impacto positivo também na rentabilidade da radiodifusão nacional.

O AERP DAY é considerado uma plataforma importante para discutir os desafios e oportunidades do setor de radiodifusão brasileiro, com foco nas necessidades e demandas das emissoras regionais, em face das novidades internacionais.

Segurança Cibernética – A Anatel, que também foi representada pela superintendente de Fiscalização, Gesiléa Teles, participou, no NAB Show,  do Content Delivery & Security Association (CDSA). No painel “Exploring the Brazilian Experience in Combating Audiovisual Piracy”, a superintendente apresentou as ações cibernéticas que a agência reguladora tem empreendido no Laboratório Antipirataria em relação às TV Boxes não certificadas, e a importância das parcerias público-privadas para a obtenção de bons resultados.

A participação da Anatel na NAB Show 2025, no SET:30, no AERP DAY e no CDSA reflete o compromisso da agência reguladora brasileira em se manter na vanguarda das inovações tecnológicas e em promover um ambiente regulatório que favoreça o desenvolvimento sustentável do setor de radiodifusão no Brasil.

Fonte: ANATEL

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O Mito da Bateria Magnética e os Riscos das Fake News na Engenharia Elétrica

maxwell

A propagação de desinformação na engenharia pode gerar receios infundados e prejudicar o desenvolvimento de soluções seguras e eficientes. Um exemplo recente é o mito da “bateria magnética” em elevadores, uma ideia sem qualquer embasamento científico. A divulgação de informações técnicas deve ser feita por profissionais devidamente habilitados, como engenheiros(as), conforme o Art. 7° ‘c’ da Lei 5194/1966, que estabelece a competência desses profissionais para a prática e a divulgação técnica. Isso é crucial porque a engenharia elétrica, assim como todas as áreas da engenharia, envolve riscos potenciais à sociedade quando exercida por leigos ou quando ocorre má conduta profissional.

A instalação de uma bateria em um elevador não gera um “campo magnético de bateria”; esse conceito simplesmente não existe. A existência de um campo magnético depende da movimentação de cargas elétricas (corrente elétrica de condução) ou da variação de um campo elétrico no tempo (corrente elétrica de deslocamento). Esses fenômenos são descritos pelas Equações de Maxwell, formuladas pelo físico e matemático escocês James Clerk Maxwell (1831–1879). Seu trabalho unificou a eletricidade e o magnetismo, estabelecendo as bases para a teoria moderna do eletromagnetismo e possibilitando avanços como rádio, radar e telecomunicações.

As Equações de Maxwell sintetizam as leis do eletromagnetismo de Faraday, Ampère e Gauss, descrevendo completamente os campos elétrico e magnético. Uma das principais contribuições de Maxwell foi a inclusão da corrente de deslocamento na Lei de Ampère, o que levou à previsão das ondas eletromagnéticas. A Lei de Faraday-Lenz estabelece que a taxa de variação de um campo magnético no tempo gera um campo elétrico rotacional, induzindo tensão em um circuito fechado, sempre em sentido oposto à variação do campo magnético que a criou. Esse é o princípio básico do funcionamento dos transformadores e geradores elétricos. A Lei de Ampère-Maxwell, por sua vez, descreve que um campo magnético pode ser gerado tanto por uma corrente elétrica quanto pela taxa de variação de um campo elétrico no tempo. A taxa de variação da densidade de fluxo elétrico é conhecida como corrente de deslocamento, e esta foi a grande contribuição de Maxwell, pois permitiu a previsão das ondas eletromagnéticas.

A Lei de Gauss da Eletricidade afirma que a presença de cargas elétricas cria campos elétricos que se afastam das cargas positivas e se aproximam das cargas negativas. Essa lei também confirma a existência de monopolos elétricos. Entretanto  a Lei de Gauss do Magnetismo estabelece que não existem monopolos magnéticos, ou seja, os polos magnéticos sempre aparecem em pares (norte e sul). Diferentemente das cargas elétricas, que podem existir isoladamente, os polos magnéticos não podem ser separados.

Com base nessas equações, é possível tirar algumas conclusões importantes. A taxa de variação do campo magnético induz tensão elétrica em sentido oposto ao campo magnético que a criou. A corrente elétrica produz campo magnético. Existem monopolos elétricos, mas não existem monopolos magnéticos. Portanto, a ideia de que uma simples bateria instalada em um elevador possa gerar um campo magnético significativo é completamente infundada. Baterias armazenam energia química e fornecem tensão elétrica quando necessário, mas, sem circulação de corrente elétrica (de condução ou de deslocamento), não há campo magnético gerado. Mesmo quando uma bateria alimenta um circuito, o campo magnético gerado depende da corrente elétrica fluindo nesse circuito, e não da presença da bateria em si.

A disseminação de desinformação na engenharia evidencia a importância da divulgação técnica responsável. Quando conceitos equivocados se espalham, eles podem influenciar decisões técnicas erradas, comprometendo a segurança de equipamentos e pessoas. O combate às Fake News na engenharia elétrica deve ser um compromisso constante dos profissionais da área, garantindo que a sociedade tenha acesso a informações corretas e cientificamente embasadas. A responsabilidade técnica na divulgação de temas da engenharia elétrica é essencial para evitar alarmismos infundados e garantir que as discussões sobre tecnologia e segurança sejam fundamentadas em conhecimento sólido e verificável.

Assim, conscientizar a sociedade sobre o papel da engenharia e a necessidade de embasamento técnico adequado é fundamental para evitar que mitos como o da “bateria magnética” se espalhem e gerem confusão desnecessária. Apenas com conhecimento rigoroso e comunicação responsável podemos garantir que decisões técnicas sejam tomadas com segurança e precisão.

Fontes:

[1] https://www.instagram.com/reel/DHRJpGCR3jq/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==

[2] A bateria de bicicleta elétrica pode causar explosão no elevador através de campo magnético?, disponível em https://seteservic.com.br/a-bateria-de-bicicleta-eletrica-pode-causar-explosao-no-elevador-atraves-de-campo-magnetico/

[3] WENTWORTH, STUART. Fundamentos de Eletromagnetismo com Aplicações em Engenharia.1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

[4]Hayt Jr., William H. Hayt, Buck, John A. Engineering Electromagnetics. Mc-Graw-Hill, 2006.

[5] BALANIS, Constantine A. Advanced Engineering Electromagnetics. 10. ed.Nova Jersey. John Wiley& Sons, 1989.

[6] REITZ, John R. , MILFORD, Frederick J., CHRISTY, Robert W. Fundamentos da Teoria Eletromagnética. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1982.

[7] Por que as equações de Maxwell são tão importantes e o que elas realmente significam?, disponível em https://universoracionalista.org/por-que-as-equacoes-de-maxwell-sao-tao-importantes-e-o-que-elas-realmente-significam/

 

Figura 1- Equações de Maxwell [7]

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Anatel e Insper firmam parceria estratégica para avanço em pesquisa e inovação

Protocolo de Intenções entre o órgão e a instituição promove colaboração em áreas de interesse comum, com foco em sustentabilidade e inclusão digital alinhadas aos ODS da ONU

A  Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por meio do Centro de Altos Estudos em Comunicação Digitais e Inovações Tecnológicas (Ceadi), celebrou com o Insper um Protocolo de Intenções com o objetivo de unir forças em prol do avanço de estudos, pesquisas e atividades de interesse comum. A parceria visa fortalecer a troca de conhecimentos, experiências e a realização de eventos que contribuam para a missão institucional da Anatel e para a produção de conhecimento acadêmico.O acordo, registrado como Protocolo de Intenções nº 2/2025, foi assinado eletronicamente pelas lideranças das duas instituições. Representando a Anatel, participaram Carlos Manuel Baigorri, presidente, e Alexandre Reis Siqueira Freire, presidente do Ceadi. Pelo Insper, assinaram Vinícius Cassio Barqueiro, coordenador administrativo dos Centros de Conhecimento, e Vanessa Boarati, coordenadora do Escritório de Apoio à Pesquisa.

Entre os principais objetivos da parceria estão:

  • Divulgação de boas práticas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU;
  • Estímulo à produção acadêmica por meio de pesquisas e disseminação de conhecimento;
  • Realização de eventos como seminários, encontros e reuniões que abordem Economia, Direito e Tecnologia, áreas de interesse mútuo.

Para o conselheiro Alexandre Freire, a atuação do Insper, assim como a da Anatel, reflete um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. “O Insper, ao ser signatário do PRME (Principles for Responsible Management Education), iniciativa da ONU, demonstra alinhamento com os valores presentes no White Paper Agenda 2030 e o Setor de Telecomunicações: Estratégias e Boas Práticas para promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esse documento estratégico reforça o compromisso da Anatel com a conectividade universal e a inclusão digital como pilares do desenvolvimento sustentável”, destaca Freire.

A colaboração será norteada por planos de trabalho e ajustes técnicos elaborados em conjunto, com reuniões periódicas para avaliação do progresso e definição de metas.

“O acordo com a Anatel é uma oportunidade valiosa de fortalecer a atuação do Insper em pesquisa aplicada e ampliar o impacto do conhecimento acadêmico em questões cruciais para o desenvolvimento do país. Ao unir nossos conhecimentos, conseguimos aprofundar estudos em diversas áreas e promover soluções inovadoras. Esta colaboração reforça nosso compromisso com a excelência acadêmica e com a construção de um futuro mais conectado e sustentável”, afirma Paulo Furquim, professor do Insper que conduziu a iniciativa.

Contribuições e compromissos

Ambas as partes irão contribuir com recursos e expertises específicos. A Anatel disponibilizará informações e dados relevantes, respeitando limites legais de sigilo e proteção de dados pessoais. Já o Insper propiciará a participação de docentes e discentes na condução de estudos e propostas de temas de pesquisa.

Não haverá transferência de recursos financeiros entre as instituições. As despesas decorrentes serão cobertas pelas dotações orçamentárias próprias de cada participante, com os serviços sendo realizados em regime de cooperação mútua.

Vigência e transparência

O protocolo terá validade até 31 de dezembro de 2027, podendo ser prorrogado por meio de aditivo. A Anatel se compromete a publicar o documento em seu site e a garantir que as ações decorrentes da parceria sejam informativas e educativas, sem caráter promocional.

Com essa iniciativa, Anatel e Insper reforçam o compromisso com a inovação, o compartilhamento de conhecimentos e o fortalecimento de ações que beneficiem a sociedade por meio de estudos e soluções práticas.

Sobre o Insper

O Insper é uma instituição de ensino superior e pesquisa sem fins lucrativos, reconhecida pela excelência em ensino e pela promoção da transformação social por meio da formação de líderes inovadores e da pesquisa aplicada. Com mais de 13 mil alunos, oferece cursos de graduação, pós-graduação e educação executiva, além de programas customizados. Possui certificações internacionais de prestígio, como AACSB, AMBA e Equis, que a posicionam entre as poucas instituições do mundo com a Triple Crown, presente em menos de 1% das escolas de negócios globais. No Brasil, destaca-se como uma das cinco instituições certificadas pela AMBA e é referência nas avaliações do Ministério da Educação (MEC).

Sobre o Ceadi

O Ceadi é o órgão responsável pelo fomento às pesquisas científicas e ao debate acadêmico do setor de comunicações digitais, inovações tecnológicas e segurança cibernética, tanto interna quanto externamente à Anatel. Desempenha, nesse sentido, um papel proeminente como um think tank dedicado ao avanço das pesquisas científicas e ao fomento do debate acadêmico no âmbito das comunicações digitais, inovações tecnológicas e segurança cibernética, exercendo sua influência não apenas internamente, mas também como um agente ativo no cenário internacional.

Fonte: ANATEL

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Anatel realiza operação inédita para combater interferências no Serviço Móvel Aeronáutico no Espírito Santo

Interferência prejudicava a comunicação dos pilotos de helicópteros com a Torre de Controle de Tráfego Aéreo do Aeroporto de Vitória

A a última terça-feira (18/2), agentes da Anatel/ES realizaram uma operação inédita durante uma ação de fiscalização em resposta a reclamações de interferência no Serviço Móvel Aeronáutico (SMA). As primeiras ocorrências foram registradas no fim de 2024 e se intensificaram nos dois primeiros meses de 2025. A interferência tem prejudicado a comunicação dos pilotos de helicópteros com a Torre de Controle de Tráfego Aéreo do Aeroporto de Vitória durante os procedimentos de pouso e decolagem nas proximidades do aeroporto.

A monitoração do espectro revelou a presença de vários produtos de intermodulação na faixa do SMA, alguns deles bem próximos aos canais afetados. Essas interferências eram originadas no Morro da Fonte Grande (“Morro das Antenas”), em Vitória (ES), uma área densamente ocupada por diversos sistemas de telecomunicações, incluindo 22 emissoras de rádio FM, além de uma dezena de retransmissores de TV digital.

Para identificar corretamente as fontes de interferência, além das vistorias técnicas realizadas nas estações, no dia 18 de fevereiro, durante o período noturno, foi realizado o desligamento sequencial de todas as 22 emissoras FM, seguido de um religamento seletivo — uma estratégia inédita até então. Esse procedimento permitiu associar com precisão cada entidade aos produtos de intermodulação detectados.

A ação coordenada contou com a participação de sete agentes da Anatel/ES e 16 representantes técnicos das emissoras, devidamente distribuídos para receber os comandos da equipe de monitoração do espectro, instalada nas dependências da unidade descentralizada da Anatel (UO021), por meio de mensagens via WhatsApp. Considerando tratar-se de um caso restrito a uma região e sem impacto nas operações de voos comerciais, não houve necessidade de interrupção cautelar. Todas as entidades em situação irregular serão autuadas e notificadas, devendo adotar as medidas técnicas cabíveis para cessar as emissões indesejadas dentro do prazo determinado.

Competição no móvel e postes são prioridades para provedores em 2025

A promoção de uma agenda de competição que favoreça prestadores de pequeno porte (PPP) na telefonia móvel e o fim do impasse no uso dos postes são alguns dos principais itens da agenda regulatória de operadoras regionais e competitivas reunidas na Abrint e na TelComp.

Nesta terça-feira, 18, dirigentes das duas entidades participaram do Seminário Políticas de (Tele) Comunicações, organizado pelo CCOM/UnB e por TELETIME em Brasília. O cenário para interconexão de voz após o fim da concessão da Oi e novas regras para infraestruturas críticas e plataformas também foram temas lembrados.

No caso da Abrint, o impasse do compartilhamento de postes abriu a lista destacada pelo presidente da entidade, Mauricélio Oliveira. O executivo lamentou o que chamou de “inércia” da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na aprovação de novas regras para o uso do recurso, e atentou ao cenário de judicialização.

“Há várias ações judiciais tanto por questão de preço quanto por ocupação e regularização. Isso acaba na Justiça muitas vezes por falta de regulamentação adequada e de preços adequados”, afirmou. Vale lembrar que a Anatel aprovou em 2023 uma proposta para o novo regulamento de postes, dependendo agora do posicionamento da Aneel.

Entre as possibilidades na mesa está a criação do chamado “posteiro“, um ente terceiro que passaria a ser responsável pela gestão dos postes, no lugar das elétricas. Na TelComp, esse é um dos pontos de atenção, segundo Luiz Henrique Barbosa, presidente executivo da entidade.

“Estamos trabalhando com a Anatel para fazer uma PoC [prova de conceito] do posteiro e diminuir assimetrias de informação”, afirmou Barbosa. “Se esperarmos muito, só piora”, alertou.

Competição

As duas associações também defenderam medidas que favoreçam a competição em telecom e entrada de novos players, sobretudo no mercado móvel. Algo citado por ambas foi a aguardada viabilização do mercado secundário de espectro.

“Esse é um aspecto importante que vem sendo tratado há um tempo e que vai trazer nova dinâmica de competição ao mercado. Ele precisa ser endereçado com cuidado especial”. afirmou Oliveira, da Abrint. “Se queremos democratização e expansão da móvel nas áreas de difícil acesso como foi feito com as PPPs na [banda larga] fixa, o mercado tem que ser aberto”.

Barbosa, da TelComp, também apontou elementos estruturantes do mercado considerados cruciais pelas empresas competitivas. Entre eles, a discussão de regulamentos como RUE (espectro) e PGMC (competição) e de novas regras para o compartilhamento de rede (RAN sharing) e roaming, além de incentivo para operadores virtuais (MVNOs).

Em outra seara, Barbosa defendeu um novo olhar estratégico para as infraestruturas críticas, com regulação mais clara para elementos como cabos submarinos, data centers, redes de transporte e via satélite.

Leilões

A TelComp também pediu definições sobre os próximos leilões de espectro da Anatel, de preferência com assimetria para participação das PPPs. Já a Abrint defendeu que ao menos o caso do 6 GHz seja mais discutido previamente pelo setor. A entidade é contra a decisão da Anatel de leiloar metade do espectro, antes destinado exclusivamente ao Wi-Fi.

“80% do tráfego está em cima das redes fixas, que dependem de Wi-Fi. A rede móvel tem utilização de banda caindo e preço do megabyte subindo, enquanto nas redes fixas é o inverso, com preço caindo e tráfego subindo”, defendeu Oliveira, sobre a importância de manter o espectro para a banda larga fixa.

Internet

Por último, um tema na agenda das duas entidades envolve a regulação do ecossistema de Internet.

Na TelComp, a defesa passou por uma “regulação do ponto de vista econômico onde todo mundo siga as mesmas regras“, sobretudo para serviços prestados em cima da rede e que se confundem com aqueles prestados pelas empresas de telecom, afirmou Barbosa.

Já Oliveira, da Abrint, defendeu a manutenção da Norma nº4, considerada por ele a “certidão de nascimento dos provedores”. A regra é responsável por separar atividades de telecom das aplicações prestadas sobre a rede e pode ser revista pela Anatel.

Para o dirigente da associação de provedores, contudo, uma retirada das norma poderia abrir caminho para uma maior intervenção estatal na Internet. Inclusive, a Abrint entende que os mecanismos existentes para a regulação do ecossistema digital já são suficientes hoje, além de ver riscos na ideia de conferir às plataformas obrigações na remoção de conteúdo, que hoje cabem à Justiça.

Fonte: Teletime