Marechal Rondon e o prêmio da ANATEL
Eng. Eletric. Rogerio Moreira Lima
Diretor de Inovação da ABTELECOM
Coord. Nacional Adjunto CCEEE/CONFEA
Membro cadeira nº 54 da AMC
Professor do PECS/UEMA
A origem das telecomunicações remonta a três personagens: James Clerk Maxwell, Padre Roberto Landell de Moura e Guglielmo Marconi. A fundamentação teórica que proporcionou as primeiras comunicações a distância coube a James Clerck Maxwell que em 1.864 unificou eletricidade e magnetismo, surgindo o eletromagnetismo, e com isso a base para propagação de ondas eletromagnética, seja sem fio ou por meios confinados. Os demais personagens, Landell e Marconi, colocaram em prática a teoria de Maxwell através de experimentos demonstrando a possibilidade da comunicação a distância, o início das telecomunicações.
A primeira transmissão sem fio de mensagens é objeto de uma polêmica entre o brasileiro Padre Roberto Landell de Moura e o italiano Guglielmo Marconi. Apesar do reconhecimento internacional do italiano o Padre Landell de Moura teria construído o primeiro transmissor sem fio em 1.892 e feito a primeira transmissão publica entre 1.893 e 1.894, garantindo assim o pioneirismo brasileiro nas telecomunicações. Após vários testes e bons resultados em 9 de março de 1.901 Landell de Moura consegue obter a primeira patente, mas a falta de documentação da data precisa dos primeiros experimentos favoreceu o reconhecimento a Guglielmo Marconi que em 1.899 conseguiu transmissão sem fio de códigos Morse.
A UIT (União Internacional de Telecomunicações) é a agência da ONU responsável pelas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) padronizando as telecomunicações no mundo e tendo em sua composição todos os 193 países membros da ONU. A UIT foi fundada em 17 de maio de 1.865 como União Internacional de Telégrafos, e por isso esse dia é considerado o dia internacional das telecomunicações. Importante ressaltar que a ANATEL, assim como as demais agências nacionais, participa na UIT através de diversos grupos de trabalho sempre buscando harmonização do espectro e uniformização de ações.
O Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon é o patrono das comunicações no Brasil por seu trabalho e dedicação na implantação de linhas de telégrafo integrando através das comunicações as regiões mais longínquas do Brasil. Marechal Rondon nasceu em 05 de maio de 1.865 e por isso esta data foi adotada para o Dia Nacional das Comunicações. A grande coincidência é que o Patrono Brasileiro das Comunicações nasceu no mês e ano de fundação da UIT, fundada em 17 de maio de 1.865. Rondon nasceu predestinado para as telecomunicações, presente em duas importantes datas comemorativas das telecomunicações – cinco de maio, Dia Nacional das Comunicações e dezessete de maio, o Dia Mundial das Telecomunicações, respectivamente, marcando o mês de nascimento do Marechal Rondon como dedicado às telecomunicações.
O Engenheiro Militar e Sanitarista Cândido Rondon foi responsável por implantar linhas telegráficas para retirar do isolamento o oeste brasileiro. Marechal Rondon em 1.906 encerrou seus trabalhos na Comissão Construtora de Linhas Telegráficas do Estado do Mato Grosso com um total de 1.667,004 km de linha construída e 16 estações telegráficas. Assim, pelos relevantes serviços prestados as telecomunicações no Brasil o exército fez dele o patrono da arma de comunicações em 1.963.(SÁ, Luzia V. Rondom: O Agente Público e Político. 2009.230f. Tese (Doutorado em História). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Estadual de São Paulo, USP, 2009).
O Conselho Diretor da ANATEL aprovou no dia 13 de dezembro de 2023 o Edital do Prêmio Mérito Rondon-2024 uma justa homenagem ao patrono das telecomunicações no Brasil e uma política de estímulo ao desenvolvimento das telecomunicações no país através da premiação de artigos e soluções em telecomunicações estimulando a Pesquisa e Inovação nacional. A ANATEL busca estimular a pesquisa ciência nas áreas de regulação do setor de comunicações digitais, Inteligência Artificial (IA) aplicada ou relacionada ao setor de telecomunicações e infraestrutura de telecomunicações e sustentabilidade.
A ANATEL reforça o reconhecimento ao Marechal Rondon, com a publicação do Edital do Prêmio Mérito Rondon – Edição 2024. O Conselheiro Alexandre Freire presidente do CEADI (Centro de Altos Estudos em Comunicações Digitais e Inovações Tecnológicas), informou que “o Prêmio Mérito Rondon preenche uma lacuna na formulação de políticas públicas setoriais ao ampliar a participação na produção acadêmica e no debate dos impactos econômicos e sociais do novo ecossistema digital” (Premiação estimula estudos sobre temas de relevância estratégica para a Anatel. ANATEL, 2023. Disponível em https://www.gov.br/anatel/pt-br/assuntos/noticias/premiacao-estimula-estudos-sobre-temas-de-relevancia-estrategica-para-a-anatel. Acesso em 07 jan. 2024).
A ABTELECOM – Associação Brasileira de Telecomunicações, associação pioneira das telecomunicações no Brasil, reforça a importância da ação da ANATEL. O presidente da ABTELECOM Eng. Eletron. Luiz Rocha afirma que “Marechal Rondon é um gigante da cidadania nas comunicações, e a ANATEL se renova ao promover e atualizar o seu legado, publicando o Edital do Prêmio Mérito Rondon, de estímulo à pesquisa cientifica e inovação em telecomunicações no Brasil”.
LGPD e as telecomunicações: entenda a função dessa lei para você
LGPD é um termo citado em meio ao universo das telecomunicações, portanto é direito do consumidor entender do que se trata.
Com as mudanças legislativas, a priorização de um tratamento adequado dos dados tornou-se uma preocupação central para diversas empresas do setor, não apenas como uma obrigação legal, mas também como um fator distintivo que impacta diretamente a percepção dos consumidores.
informações pessoais e, em muitos casos, dados sensíveis, seja durante a realização de novos cadastros ou na execução de tarefas que envolvem a identificação de indivíduos.
A necessidade de adotar medidas robustas de proteção de dados não apenas cumpre as exigências da LGPD, mas também contribui para a construção de confiança com os consumidores. Esse enfoque não apenas fortalece a conformidade legal, mas também posiciona as organizações no setor como parceiras confiáveis na gestão responsável e ética dos dados pessoais.
Como acontece a proteção de dados?
Uma pesquisa conduzida pelo InternetLab destacou que, em termos de proteção de dados dos clientes, as empresas TIM e Oi demonstraram desempenho superior em comparação com outras instituições analisadas. Essa avaliação, intitulada “Quem Defende seus Dados?”, utilizou critérios específicos divididos em seis categorias distintas para determinar as pontuações finais.
O estudo examinou o tratamento de dados nas áreas de conexões fixas e móveis, com foco nas seguintes empresas: Brisanet, TIM, Vivo, Oi, Claro, Algar e Claro-NET. A pesquisa buscou avaliar a eficácia e transparência das práticas adotadas por essas empresas em relação à proteção das informações pessoais de seus clientes, proporcionando uma análise abrangente e detalhada do cenário de proteção de dados no setor.
Esta é a sétima ocasião em que o estudo foi realizado, e as instituições consideradas “vencedoras” destacaram-se em vários aspectos cruciais. Esses pontos incluem:
Informações sobre a política de proteção de dados: as instituições que se destacaram forneceram informações abrangentes e transparentes sobre suas políticas de proteção de dados. Isso implica em uma clareza efetiva sobre como os dados são coletados, armazenados, processados e protegidos contra acessos não autorizados.
Protocolos de entrega de dados para investigação: as instituições “vencedoras” demonstraram excelência na definição e implementação de protocolos eficientes para a entrega de dados para fins de investigação. Isso envolve procedimentos que garantem a conformidade com as regulamentações de privacidade, ao mesmo tempo em que facilitam o acesso necessário para investigações legítimas.
Defesa dos usuários no Judiciário: as instituições destacadas demonstraram um comprometimento notável em defender os direitos dos usuários nos tribunais. Isso inclui uma postura proativa em questões legais relacionadas à privacidade, trabalhando para garantir que os interesses e direitos dos usuários sejam protegidos em casos judiciais.
Postura pública pró-privacidade: as instituições “vencedoras” foram reconhecidas por adotar uma postura pública clara e consistente em favor da privacidade. Isso implica não apenas em cumprir as regulamentações de privacidade, mas também em apoiar ativamente iniciativas e políticas que promovam a proteção dos dados dos usuários em níveis mais amplos, contribuindo assim para uma cultura geral de respeito à privacidade.
Mas houve uma categoria sem vencedores
Nenhuma das instituições obteve um resultado positivo na categoria “Relatórios de transparência e de impacto à proteção de dados”, que é considerada uma das áreas mais cruciais para que os usuários e clientes possam compreender a postura da empresa em relação à segurança de suas informações pessoais.
Este aspecto é fundamental para construir a confiança do público, destacando o comprometimento da empresa com a proteção dos dados dos usuários.
Além de fornecer informações sobre as principais operadoras do país, a análise realizada ressalta a necessidade contínua do debate em torno da Lei Geral de Proteção de Dados. O levantamento enfatiza que os diversos pontos da legislação devem ser cuidadosamente considerados pelas organizações, visando evitar complicações significativas.
Tais complicações incluem o uso inadequado dos dados, vazamento de informações sensíveis, envolvimento em processos judiciais, e até mesmo a possibilidade de interrupção nas atividades da empresa. Portanto, a implementação eficaz e o cumprimento rigoroso da LGPD tornam-se imperativos para garantir a conformidade legal e a proteção eficaz dos dados dos usuários.
Aplicação da Lei
Como salientado, a utilização de dados pessoais, muitas vezes sensíveis, é uma prática comum em vários setores. Para garantir que as empresas, incluindo as do setor de telecomunicações, estejam em conformidade com as normas, é crucial realizar um estudo aprofundado sobre essas regulamentações.
É imperativo que as empresas de telecomunicações priorizem a cibersegurança e mantenham as informações em sigilo.
Além disso, é essencial que o consentimento seja o princípio norteador em todas as operações envolvendo os titulares e as empresas.
A anonimização, quando necessária, desempenha um papel fundamental nesse processo. Garantir que os dados sejam tratados de forma a preservar o anonimato dos titulares é uma prática importante. Além disso, é crucial considerar o conceito de “necessidade” no momento da coleta das informações. Isso implica armazenar e tratar apenas as informações imprescindíveis para a operação em questão, evitando a coleta excessiva e desnecessária de dados.
Portanto, ao seguir essas diretrizes, as empresas podem não apenas atender às normas de proteção de dados, mas também demonstrar um compromisso efetivo com a privacidade e a segurança das informações dos usuários.
Mais outro compromisso
Uma responsabilidade adicional imposta às empresas consiste na obrigação de designar um Encarregado de Proteção de Dados, comumente conhecido como DPO (Data Protection Officer).
Este profissional assume a responsabilidade de liderar as ações em situações de reclamações provenientes dos titulares dos dados, além de fornecer orientações estratégicas à empresa, assegurando sua contínua conformidade com as normativas de proteção de dados. Em suma, o DPO desempenha um papel crucial ao agir como um ponto focal para questões relacionadas à privacidade, promovendo a adesão às regulamentações vigentes e respondendo prontamente aos desafios que possam surgir no contexto da gestão de dados.
Dois locais para ter acesso à informações sobre a LGPD, são o site LGPD Brasil e os canais de comunicação do Governo Federal. Nessas duas fontes é possível encontrar como a lei é aplicada e os fundamentos dela. Afinal, faz parte do direito do consumidor entender sobre esse universo.
Satélites, APIs e IA: as tendências em telecomunicações para 2024
Segundo a empresa, há cinco tecnologias em destaque, as quais terão consequências significativas sobre o setor já no próximo ano: Satélites em ascensão, APIs abertas, IA generativa para bots e marketing, Dispositivos compatíveis com iSim proliferarão e Interoperabilidade entre plataformas.
APIs Abertas
A consultoria destaca que nos últimos 12 meses, o custo do SMS aumentou consideravelmente, variando entre 50% e 500% em diversas regiões do mundo. Paralelamente, as APIs abertas estão ganhando crescente importância no cenário das telecomunicações, possibilitando o desenvolvimento de novos serviços e aplicações.
É relevante salientar que o uso de APIs abertas é uma prioridade para a GSMA, a associação global de operadoras, que recentemente anunciou os primeiros produtos para o Brasil no âmbito do projeto Open Gateway.
Inteligência Artificial generativa para bots e marketing
Desde o lançamento do ChatGPT como uma ferramenta de uso público em novembro do ano passado, a Inteligência Artificial generativa emergiu como a tecnologia mais discutida globalmente. A consultoria prevê que modelos de linguagem desse tipo se tornarão uma das principais prioridades na indústria de telecomunicações no próximo ano.
De acordo com a Juniper Research, a IA generativa será integrada às operações como uma aplicação capaz de aprimorar o atendimento ao cliente e fornecer resumos de conversas. Além disso, essa tecnologia tem o potencial de transformar a abordagem nas campanhas de marketing, permitindo que empresas direcionem anúncios com base no comportamento do cliente, incluindo o uso de linguagens personalizadas para cada consumidor.
Proliferação de dispositivos compatíveis com iSIM
Segundo a Juniper Research, os chips iSIM (SIM integrado) devem ganhar maior adoção a partir do próximo ano. Esses chips são integrados diretamente ao processador de dispositivos móveis, permitindo que smartphones se conectem à rede móvel sem depender de um SIM físico ou eSIM (chip virtual).
Interoperabilidade entre plataformas
Em setembro, a União Europeia (UE) identificou seis empresas como controladoras de acesso digitais (Google, Meta, Microsoft, Apple, Amazon e TikTok), as quais devem se adequar à Lei dos Mercados Digitais (DMA) até março de 2024. Segundo a Juniper Research, isso terá um impacto significativo na interoperabilidade de terceiros nos ecossistemas das plataformas OTTs.
“A introdução da interoperabilidade terá impactos significativos no mercado mais amplo de mensagens A2P, eliminando as restrições da fragmentação no mercado de mensagens empresariais OTT da UE. Empresas serão capazes de interagir com os consumidores, independentemente do aplicativo de mensagens OTT utilizado,” avalia a consultoria. Especialistas indicam que regulamentações semelhantes à europeia podem ser implementadas em outras partes do mundo, incluindo o Brasil.
Com informações de Telesíntese
Leilão do 5G: operadora de celular vencedora em 2022 desiste do negócio
A Winity exerceu o seu direito de renúncia e desistiu de licença que adquiriu no leilão do 5G em novembro do ano passado. Depois de arrematar o espectro por R$ 1,42 bilhão, a operadora decidiu devolvê-lo à Anatel.
O valor da proposta da Winity foi 805% superior ao mínimo exigido pelo Governo Bolsonaro, de R$ 157.628.411,00. O contrato era de 20 anos, e a empresa levaria internet a 31 mil km de rodovias federais com cobertura mínima de 4G em 9.696 localidades distantes, como aglomerados urbanos, vilarejos e povoados. O investimento total era de R$ 12 bilhões e a construção de 19 mil sites em todo o país para atuar no modelo de operadora móvel de atacado. Sites são locais com torres, antenas e equipamentos de rede.
Em comunicado à imprensa este mês, porém, a empresa afirma agora que as condições estabelecidas pela Anatel em outubro impediram a viabilidade do projeto acertado no ano passado.
“A condicionante imposta pela ANATEL a clientes da Winity impediu a concretização deste e de qualquer outro contrato com operadoras detentoras de redes”. Na nota, a empresa diz que a devolução não afetará as demais frentes do negócio de infraestrutura, que independem da oferta de espectro.
“A Winity respeita a decisão da Anatel, e reafirma seu compromisso com o investimento na expansão da conectividade e no crescimento do setor de telecomunicações. A empresa seguirá desenvolvendo os demais projetos do seu amplo portfólio de investimentos, certa de que conectividade é fundamental para setores estratégicos da nossa economia, e que o investimento em infraestrutura e telecomunicações são fatores centrais para o desenvolvimento sustentável do país”, afirma.
As condições
O Conselho Diretor Anatel marcou uma reunião extraordinária em agosto deste ano para decidir sobre operação de compartilhamento de infraestrutura entre a Telefônica Brasil (dona da Vivo) e a Winity Telecom
O acordo entre as duas companhias foi autorizado em maio este ano pela Cade, mas este mesmo órgão já tinha solicitado mais informações à Anatel sobre o negócio.
O projeto inicial dizia que Winity alugaria à Telefônica, na forma de cessão do direito de uso, a faixa de 700 MHz (adquirido no leilão do 5G) em 1.120 municípios. Por outro lado, a Telefônica forneceria meios à Winity para a cobertura de trechos de rodovias.
Tecnicamente, a Anatel estabeleceu o seguinte: a Winity deve seguir algumas etapas específicas: primeiro, realizar um convite público para empresas de pequeno porte em todos os lugares onde recebeu permissão para usar a faixa de 700 MHz.
Pode abrir exceções para locais onde precisa cumprir compromissos do contrato. Em seguida, deve fazer convites públicos para empresas com Poder de Mercado Significativo (PMS) interessadas nos lugares não contratados pelas empresas de pequeno porte.
Além disso, a Winity deve oferecer roaming para qualquer empresa de Serviço Móvel Pessoal interessada em ser cliente dela. Tanto a Winity quanto as empresas com PMS que contratam com ela devem oferecer roaming público ao longo de rodovias para qualquer empresa interessada.
A Telefônica, por sua vez, deve oferecer Roaming EIR a qualquer empresa com autorização primária para usar radiofrequências nessas mesmas áreas, excluindo as empresas com PMS.
A Telefônica não pode fazer acordos de compartilhamento de infraestrutura de rede (RAN Sharing) nas faixas de 2,3 GHz e 3,5 GHz em cidades com até 100.000 habitantes com outras empresas com PMS.
Segundo a imprensa especializada, uma das condições que mais influenciaram na decisão da empresa em desistir do negócio foi a proibição da Vivo em fazer RAN Sharing em 2.03 GHz e 3,5 GHz em cidades com menos de 100 mil habitantes.
RAN Sharing, ou Compartilhamento de Infraestrutura de Rede (do inglês, Radio Access Network Sharing), refere-se à prática de duas ou mais operadoras de telecomunicações compartilharem a infraestrutura da rede de acesso rádio, que é a parte da rede responsável pela comunicação sem fio entre os dispositivos móveis e as estações rádio-base (ERBs ou eNBs).
O objetivo principal do RAN Sharing é otimizar a utilização dos recursos de rede, reduzir custos e melhorar a eficiência operacional, sem comprometer a qualidade dos serviços oferecidos aos usuários. Esse tipo de prática é especialmente relevante em áreas onde a densidade populacional é menor.
A Winity pagou duas parcelas do valor de R$ 1 bilhão que deveria transferir ao Tesouro caso mantivesse a faixa. A próxima parcela, de R$ 74 milhões, venceria em 26 de dezembro. A operadora também teria o primeiro vencimento de obrigações do edital 5G em 31 de dezembro próximo.
Ao renunciar à faixa, conforme o edital, ela fica dispensada de pagar novas parcelas remanescentes e seus compromissos. A Anatel ainda deve, porém, abrir processo para atestar se existem ou não pendências.
Fonte: Direita Online
Indicamos um Conselheiro Substituto Engenheiro para ANATEL, e agora?
Eng. Eletric. Dr. Rogerio Moreira Lima
Membro da AMC, Diretor de Inovação da ABTELECOM e Professor da UEMA
A Engenharia de Telecomunicações consiste em estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica, produção técnica especializada, direção e execução de obras e serviços técnicos referentes a Sistemas de Comunicação e Telecomunicações. Telecomunicações é atividade regulamentada, tanto pela ANATEL quanto pelo Sistema CONFEA/CREA, envolvendo uma gama de conhecimentos especializados, com base em matemática e física de nível superior, a qual contempla, por base, Equações Diferenciais, Análise Vetorial, Análise de Fourier e Processos Estocásticos, os quais só podem ser adquiridos mediante sólido conhecimento em Cálculo Diferencial e Integral e variáveis complexas. Os conhecimentos profissionais referentes à Engenharia de Telecomunicações estão apoiados no tripé Análise Espectral, Propagação de Ondas Eletromagnéticas e Processos Estocásticos.
A Lei Geral de Telecomunicações define Telecomunicações como a transmissão, emissão ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza (art. 60 da Lei Federal 9.472/1997), e essa transmissão pode ser feita por meio aberto (espaço livre) ou por meio confinado (par metálico, cabo coaxial, fibra óptica etc.). A transmissão se dá por um canal de comunicação, o qual está sujeito às degradações referentes aos fenômenos de distorção, interferência e ruído, além da própria atenuação.
O Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2023/2022 (ABRACOPEL) traz dados reveladores sobre profissionais do setor de telecomunicações (telefonia, internet e TV a Cabo) vítimas fatais por choque elétrico na rede aérea de distribuição por profissão. Os dados apresentados mostram que entre os anos de 2013 e 2017 houve uma redução de 61,54% dessas mortes na população ocupacional, porém entre 2017 e 2022 houve aumento de 440% das vítimas fatais.
As normas técnicas em telecomunicações envolvem Resoluções da ANATEL, Resoluções Conjuntas ANEEL e ANATEL, Recomendações da ITU (International Telecommunications Union), Diretrizes da ICNIRP (International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection), Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho (NR10, NR 15 ANEXO 7, NR 21, NR 33 e NR 35), tudo feito e desenvolvido em prol da segurança da sociedade. Assim, além da qualificação técnica, os profissionais devem ser habilitados pelo registro e autorização das atividades profissionais referentes às telecomunicações no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) da sua circunscrição, pois as Telecomunicações são uma atividade da Engenharia, conforme define a Lei 5.194/1966 em seu artigo 1º alínea (b), atividade essa que envolve toda uma infraestrutura para prover o serviço e tendo a necessidade do projeto e execução por parte de um Engenheiro devidamente habilitado. A atribuição para telecomunicações está prevista como atribuição inicial para os Engenheiros Eletricistas, Engenheiros em Eletrônica, Engenheiros de Telecomunicações e Engenheiros de Computação, conforme disposto nas Resoluções do CONFEA 218/1973 e 380, e profissionais que detenham a referida extensão de atribuição nessa atividade conforme art. 7º da Resolução CONFEA nº 1.073/2016.
Atualmente o conselho diretor da ANATEL é composto por cinco conselheiros, sendo um economista e três graduados em Direito ( Composição Conselho Diretor ANATEL, disponível no sítio eletrônico: https://www.gov.br/anatel/pt-br/composicao/conselho-diretor), e um Conselheiro Substituto, vaga de preenchimento temporário, Engenheiro Eletricista, servidor de carreira da ANATEL, enquanto aguarda-se a indicação pelo presidente da República e a aprovação pelo Senado do novo membro. Em tantas indicações em que se predomina a política ante o conhecimento técnico especializado na área de telecomunicações, a indicação, mesmo que temporária, de um Engenheiro Eletricista, que é um dos profissionais devidamente habilitado em telecomunicações, traz esperança. Em que pese uma visão dos impactos econômicos e jurídicos, não se pode excluir totalmente a parte técnica que cabe à Engenharia. A ANATEL contém em seu quadro técnico Engenheiros extremamente qualificados e devidamente habilitados, mas um conselheiro Engenheiro devidamente habilitado em telecomunicações abriria uma interlocução fluida com a parte técnica da agência e daria um maior equilíbrio, levando a se ter resoluções que não se prendam somente a aspectos meramente econômicos ou jurídicos, e que se preocupem também com aspectos relativos à segurança da sociedade brasileira. Mas o Presidente da República indicou um Engenheiro Eletricista, e agora? Esperamos sabedoria da presidência da república para que a vaga de Conselheiro da ANATEL seja preenchida, em definitivo, por um Engenheiro devidamente habilitado em telecomunicações, garantindo não somente a qualidade, mas também a proteção e segurança da sociedade e de seus bens patrimoniais.
5G, a invenção do celular e o caos no Rio de Janeiro
Por Eng. Eletric. Rogerio Moreira Lima
Diretor de Inovação da ABTELECOM
Coord. Nacional Adjunto C.C.E.E.E./CONFEA
Membro ocupando a cadeira 54 da AMC
Professor da UEMA
O avanço das telecomunicações levou à criação da telefonia móvel celular pelo engenheiro eletricista Martin Cooper há 50 anos atrás, em 03 de abril de 1973, mas, a telefonia móvel teve seu início em um tempo bem anterior, com o sistema rádio móvel da polícia de Detroit em 1921. As limitações impostas ao tráfego inviabilizavam a implantação da telefonia móvel, pois os sistemas móveis existentes não reutilizavam frequência, tinham alta potência de transmissão e atendiam uma baixa densidade de usuários. Após a 2ª Guerra Mundial, o desenvolvimento realizado com finalidades militares foi transferido para aplicações civis, objetivando o retorno do capital investido, o aproveitamento das instalações fabris e a implantação de sistemas avançados de comunicações, destacando-se melhor qualidade e maior capacidade de transmissão, confiabilidade, mobilidade etc. Posteriormente ocorreram estudos em VHF por Bullington (1950), Young (1952), Egli (1957), Okumura (1968) e Hata (1980). Cabe ressaltar que o trabalho de Hata, que traduziu, através de fórmulas matemáticas, os gráficos de Okumura, foi fundamental para os engenheiros, pois, a partir daí, nos projetos os cálculos da atenuação poderiam ser feitos com o emprego de calculadoras portáteis. Em 03 de abril de 1973 o eng. eletric. Martin Cooper realiza a primeira ligação de um telefone celular e a Motorola vence a disputa com o Bells Lab no desenvolvimento do celular portátil. Após essa primeira ligação, problemas na fabricação e na regulamentação atrasaram a implantação da telefonia móvel celular, e somente em 1983 entra em operação comercial o sistema AMPS pela companhia americana AT&T.
A evolução da telefonia móvel partiu dos sistemas analógicos para os digitais 2G, depois houve o início dos sistemas banda larga móvel com o 3G, posteriormente para conectar as pessoas e transformar os telefones em computadores portáteis surge o 4G. Agora a tecnologia 5G se propõe à conexão das coisas e das pessoas às coisas, objetivando impulsionar novas aplicações como metaverso, telemedicina, veículos autônomos etc.
O 5G é um sistema de comunicação móvel, ou seja, a transmissão se dá pela irradiação em espaço livre, permitindo a comunicação entre estações móveis e de estações móveis para outras estações. Assim, tais sistemas são pura engenharia de telecomunicações, que consiste em estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica, produção técnica especializada, direção e execução de obras e serviços técnicos referentes a sistemas de comunicação e telecomunicações (art. 7º e 27 alínea (f) da Lei 5.1944/1966 c/c art. 9º da Resolução CONFEA nº 218/1973), e esta tem por base o tripé: análise espectral, propagação de ondas eletromagnéticas e teoria estatística das comunicações. A análise espectral é fundamentada no par transformadas direta e inversa de Fourier, e no uso de equipamentos do analisador de espectro e no analisador de espectro óptico. A propagação de ondas eletromagnéticas, tanto em meio aberto quanto em meio confinado, está apoiada no conhecimento e domínio dos operadores diferenciais (gradiente, divergente, rotacional, laplaciano escalar e laplaciano vetorial), com isso pode-se dimensionar os sistemas de comunicação, calculando a atenuação. A teoria estatística das comunicações dá toda a base para cálculo da TEB (taxa de erro de bits), RSR (relação sinal-ruído) e todo o estudo de tráfego, tanto de voz quanto de dados. Além do que devem ser obedecidas diversas normas, como as normas da UIT (União Internacional de Telecomunicações), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), ABNT (Associação Brasileiras de Normas Técnicas) e do próprio IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos), além das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho NR10, NR15-ANEXO 7, NR16, NR21, NR33 e N35, que tratam de procedimentos seguros para serviços com eletricidade, exposição à radiação não-ionizante, atividades e operações perigosas, trabalhos a céu aberto e trabalho em altura. Deste modo, está mais do que caracterizada a necessidade de serviço técnico altamente especializado para os sistemas de telecomunicações 5G.
A ERB (Estação Radiobase) é um elemento essencial para o funcionamento do SMP (Serviço Móvel Pessoal), um sistema que se baseia no reuso de frequência tendo como elemento essencial a célula. A célula nada mais é que a região geográfica sob cobertura de uma da ERB, então sem ERB sem sinal de celular. As notícias divulgadas por diversos veículos de comunicação de furto de ativos da rede do SMP surpreenderam a todos no dia 19/12/2023, e mais ainda ao se saber que uma torre de mais de dez metros foi furtada. A ANATEL, que regula o serviço, já se pronunciou que esses são aspectos de segurança de pública e nos leva a uma reflexão. O que esperar de uma nação em que ações criminosas afetam um serviço essencial como é o caso das telecomunicações?
A regulamentação da prestação do 5G, seja no regime público ou privado, se dá pela garantia da qualidade e segurança na prestação do serviço de telecomunicações pelas suas autarquias, cabendo à ANATEL garantir a qualidade e preços justos nestes serviços e ao Sistema CONFEA/CREA o controle e a fiscalização do exercício profissional, visando à garantia da incolumidade pública. Adicionamos agora uma nova variável a segurança para prestação do serviço de telecomunicações afeta a qualidade do serviço e o ambiente de negócios tendo em vista a dependência da sociedade da conexão internet, seja fixa ou móvel. E agora?
Criminosos roubam torre de 10 metros da Claro no Rio de Janeiro
Situação inusitada no Rio de Janeiro levou a Claro ter sérios prejuízos na infraestrutura que possui na cidade.
De acordo com os técnicos que prestaram assistência à falha de comunicação, o site não tem chance de recuperação. Todas as placas e equipamentos foram roubados, os quadros de energia esvaziados e os cabos que conectam a antena à rede central da empresa foram retirados. Surpreendentemente, até mesmo a torre de 10 metros de altura desapareceu.
Os profissionais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) comunicaram que estão atualmente investigando o incidente com o objetivo de garantir que os usuários da empresa afetada não enfrentem interrupções no acesso à comunicação.
Eles destacam que uma das medidas provavelmente já implementadas pela operadora é o redirecionamento do tráfego para outros sites. No entanto, a Anatel ressalta que este é um problema relacionado à Segurança Pública, e não se trata de ações regulatórias que a agência possa adotar. O foco está na preservação da continuidade dos serviços de comunicação para os usuários, assegurando que a questão seja tratada no âmbito da segurança pública, sem intervenções regulamentares específicas por parte da Anatel.
A atuação criminosa voltada para o roubo de equipamentos de telecomunicações tem demonstrado uma crescente, expandindo-se para além do alvo tradicional, que inclui torres de 10 metros e equipamentos da rede móvel. Essa atividade delituosa estende-se também à infraestrutura de rede fixa, escapando da eficácia das medidas de segurança pública para contê-la.
De acordo com a Conexis Brasil Digital, a entidade que representa as principais operadoras de telecomunicações do país, o roubo de cabos registrou um aumento significativo de 23,5% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Nesse período, foram subtraídos do sistema de comunicação brasileiro aproximadamente 2,38 milhões de metros de cabos. Essa tendência revela a necessidade premente de abordagens mais eficazes por parte das autoridades para combater e mitigar esses crimes, visando preservar a integridade e funcionalidade da infraestrutura de telecomunicações do país.
“A situação está insustentável. E imperioso que medidas sejam tomadas urgentemente de modo a conter esse descalabro. O Estado tem que impor seu poder e impedir rigorosamente que o mal prevaleça!” – ABTELECOM
Diretor de Inovação da ABTELECOM se reune com Diretoria da CONEXIS
No dia 12/12/2023 o Diretor de inovação da ABTELECOM foi recebido na CONEXIS BRASIL DIGITAL onde se discutiu uma aproximação entre as associações do setor em prol da inovação e práticas seguras na prestação dos serviços de telecomunicações.
A reunião entre Rogerio Moreira Lima Diretor de Inovação da ABTELECOM , José Bicalho Diretor de Regulação e Autorregulação e José Jovani consultor de 5G da CONEXIS versaram sobre Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação (PROEXT-PG), com foco na articulação entre ensino, pesquisa e extensão, com foco nas políticas públicas, visando fortalecer fortalecer o impacto na sociedade dos programa de pós-graduação stricto senso e contribuir para a iniciação à extensão de estudantes de graduação e para a formação de pesquisadores, por meio de estágios de pós-doutoramento.
Na quesito segurança se discutiu as preocupações relativas aos sinistros em Telecomunicações e de se buscar propostas no âmbito regulatório que mitiguem esses sinistros.
Realme GT5 Pro é oficial com câmeras poderosas e controle por gestos
Após inúmeros teasers, a Realme anunciou nesta quinta-feira (7) seu novo smartphone topo de linha, o GT5 Pro. O modelo chega trazendo como destaques design repaginado mais refinado que o visto em gerações anteriores, um conjunto de câmeras atualizado com a primeira lente telescópio da marca e curioso recurso de interação por gestos.
O Realme GT 5 Pro chega com visual renovado, contando com tampa traseira em vidro ou em material sintético que imita o couro, assim como estrutura lateral em alumínio — concorrentes como o iPhone 15 Pro e o Xiaomi 14 Pro trazem estrutura em liga de titânio. A novidade possui ainda tela de bordas finas, com painel curvado para as laterais e um furo centralizado para abrigar a câmera frontal.
Quanto ao conjunto técnico, o flagship é equipado com painel AMOLED de 6,78 polegadas e resolução 1,5K de 2780 x 1264 pixels. A taxa de atualização é de 144 Hz, e a marca afirma que esta é “a tela mais brilhante do mercado”, com pico de 4.500 nits, similar ao OnePlus 12, que também conta com uma tela brilhante como essa.
Além disso, o smartphone é o primeiro da marca a utilizar o processador Snapdragon 8 Gen 3 da Qualcomm — a plataforma promete 30% mais performance comparado com o Snapdragon 8 Gen 2, e é acompanhada por aqui de 12 GB ou 16 GB de memória RAM LPDDR5X, e 256 GB, 512 GB ou 1 TB de armazenamento interno UFS 4.0.
A Realme destaca que, para manter as temperaturas sob controle, o telefone emprega uma câmara de vapor de 12.000 mm² de área, maior que a do próprio OnePlus 12, cuja área é de cerca de 9.000 mm².
Fonte: Canaltech
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