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O Mito da Bateria Magnética e os Riscos das Fake News na Engenharia Elétrica

maxwell

A propagação de desinformação na engenharia pode gerar receios infundados e prejudicar o desenvolvimento de soluções seguras e eficientes. Um exemplo recente é o mito da “bateria magnética” em elevadores, uma ideia sem qualquer embasamento científico. A divulgação de informações técnicas deve ser feita por profissionais devidamente habilitados, como engenheiros(as), conforme o Art. 7° ‘c’ da Lei 5194/1966, que estabelece a competência desses profissionais para a prática e a divulgação técnica. Isso é crucial porque a engenharia elétrica, assim como todas as áreas da engenharia, envolve riscos potenciais à sociedade quando exercida por leigos ou quando ocorre má conduta profissional.

A instalação de uma bateria em um elevador não gera um “campo magnético de bateria”; esse conceito simplesmente não existe. A existência de um campo magnético depende da movimentação de cargas elétricas (corrente elétrica de condução) ou da variação de um campo elétrico no tempo (corrente elétrica de deslocamento). Esses fenômenos são descritos pelas Equações de Maxwell, formuladas pelo físico e matemático escocês James Clerk Maxwell (1831–1879). Seu trabalho unificou a eletricidade e o magnetismo, estabelecendo as bases para a teoria moderna do eletromagnetismo e possibilitando avanços como rádio, radar e telecomunicações.

As Equações de Maxwell sintetizam as leis do eletromagnetismo de Faraday, Ampère e Gauss, descrevendo completamente os campos elétrico e magnético. Uma das principais contribuições de Maxwell foi a inclusão da corrente de deslocamento na Lei de Ampère, o que levou à previsão das ondas eletromagnéticas. A Lei de Faraday-Lenz estabelece que a taxa de variação de um campo magnético no tempo gera um campo elétrico rotacional, induzindo tensão em um circuito fechado, sempre em sentido oposto à variação do campo magnético que a criou. Esse é o princípio básico do funcionamento dos transformadores e geradores elétricos. A Lei de Ampère-Maxwell, por sua vez, descreve que um campo magnético pode ser gerado tanto por uma corrente elétrica quanto pela taxa de variação de um campo elétrico no tempo. A taxa de variação da densidade de fluxo elétrico é conhecida como corrente de deslocamento, e esta foi a grande contribuição de Maxwell, pois permitiu a previsão das ondas eletromagnéticas.

A Lei de Gauss da Eletricidade afirma que a presença de cargas elétricas cria campos elétricos que se afastam das cargas positivas e se aproximam das cargas negativas. Essa lei também confirma a existência de monopolos elétricos. Entretanto  a Lei de Gauss do Magnetismo estabelece que não existem monopolos magnéticos, ou seja, os polos magnéticos sempre aparecem em pares (norte e sul). Diferentemente das cargas elétricas, que podem existir isoladamente, os polos magnéticos não podem ser separados.

Com base nessas equações, é possível tirar algumas conclusões importantes. A taxa de variação do campo magnético induz tensão elétrica em sentido oposto ao campo magnético que a criou. A corrente elétrica produz campo magnético. Existem monopolos elétricos, mas não existem monopolos magnéticos. Portanto, a ideia de que uma simples bateria instalada em um elevador possa gerar um campo magnético significativo é completamente infundada. Baterias armazenam energia química e fornecem tensão elétrica quando necessário, mas, sem circulação de corrente elétrica (de condução ou de deslocamento), não há campo magnético gerado. Mesmo quando uma bateria alimenta um circuito, o campo magnético gerado depende da corrente elétrica fluindo nesse circuito, e não da presença da bateria em si.

A disseminação de desinformação na engenharia evidencia a importância da divulgação técnica responsável. Quando conceitos equivocados se espalham, eles podem influenciar decisões técnicas erradas, comprometendo a segurança de equipamentos e pessoas. O combate às Fake News na engenharia elétrica deve ser um compromisso constante dos profissionais da área, garantindo que a sociedade tenha acesso a informações corretas e cientificamente embasadas. A responsabilidade técnica na divulgação de temas da engenharia elétrica é essencial para evitar alarmismos infundados e garantir que as discussões sobre tecnologia e segurança sejam fundamentadas em conhecimento sólido e verificável.

Assim, conscientizar a sociedade sobre o papel da engenharia e a necessidade de embasamento técnico adequado é fundamental para evitar que mitos como o da “bateria magnética” se espalhem e gerem confusão desnecessária. Apenas com conhecimento rigoroso e comunicação responsável podemos garantir que decisões técnicas sejam tomadas com segurança e precisão.

Fontes:

[1] https://www.instagram.com/reel/DHRJpGCR3jq/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==

[2] A bateria de bicicleta elétrica pode causar explosão no elevador através de campo magnético?, disponível em https://seteservic.com.br/a-bateria-de-bicicleta-eletrica-pode-causar-explosao-no-elevador-atraves-de-campo-magnetico/

[3] WENTWORTH, STUART. Fundamentos de Eletromagnetismo com Aplicações em Engenharia.1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

[4]Hayt Jr., William H. Hayt, Buck, John A. Engineering Electromagnetics. Mc-Graw-Hill, 2006.

[5] BALANIS, Constantine A. Advanced Engineering Electromagnetics. 10. ed.Nova Jersey. John Wiley& Sons, 1989.

[6] REITZ, John R. , MILFORD, Frederick J., CHRISTY, Robert W. Fundamentos da Teoria Eletromagnética. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1982.

[7] Por que as equações de Maxwell são tão importantes e o que elas realmente significam?, disponível em https://universoracionalista.org/por-que-as-equacoes-de-maxwell-sao-tao-importantes-e-o-que-elas-realmente-significam/

 

Figura 1- Equações de Maxwell [7]

Semicondutores, IA e Telecom: O Novo Horizonte para a Indústria Brasileira

semicondutores

A engenharia desempenha um papel fundamental na sociedade, ainda que muitas vezes passe despercebida.

A engenharia desempenha um papel fundamental na sociedade, ainda que muitas vezes passe despercebida. Sua presença é essencial em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana. Desde a agricultura de precisão, que otimiza recursos naturais, até os sistemas de automação elétrica que garantem a distribuição eficiente de energia, os semicondutores estão no centro dessas inovações. A própria internet, que conecta e sustenta grande parte da vida moderna, depende desses componentes. No entanto, ao se discutir tecnologia e chips, frequentemente se ignora a importância da engenharia eletrônica e de computação, como se essas áreas não existissem. A engenharia vai muito além da construção civil; está presente nos alimentos que consumimos, na eletricidade que ilumina nossas casas, na conectividade digital e nos avanços biomédicos.

O Brasil possui mais de 300 títulos de engenharia registrados no Sistema CONFEA/CREA, incluindo engenheiros em eletrônica e de computação, cujas contribuições são essenciais, mas ainda pouco reconhecidas. A indústria de semicondutores é crucial para o avanço tecnológico global, impactando diretamente setores estratégicos como inteligência artificial (IA) e telecomunicações. Iniciativas recentes indicam um movimento promissor para fortalecer a produção nacional de chips, consolidando o Brasil como um player relevante nesse mercado altamente competitivo. Para que o país tenha sucesso, é imprescindível investir na formação de engenheiros(as) especializados(as) nessas áreas.

A recente guerra dos chips entre Estados Unidos e China, intensificada por sanções e tensões geopolíticas, reconfigurou a cadeia global de semicondutores. Muitas empresas chinesas estão transferindo suas operações para data centers no exterior para contornar as restrições impostas pelos EUA. Esse cenário abre uma oportunidade para o Brasil se posicionar como um hub estratégico na produção de semicondutores, atraindo investimentos e diversificando a cadeia produtiva global. O anúncio de investimentos no setor, como os R$ 650 milhões da Unitec Semicondutores para expansão da produção e exportação de chips, demonstra o potencial do Brasil nesse mercado. Além disso, a assinatura do termo de engajamento entre o InvestRS e uma empresa do setor reforça o compromisso do Rio Grande do Sul em atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento tecnológico. Essas iniciativas são fundamentais para reduzir a dependência externa de semicondutores, essenciais para dispositivos eletrônicos, telecomunicações e aplicações avançadas em IA. A escassez global de chips nos últimos anos evidenciou a necessidade de cadeias produtivas locais robustas e diversificadas.

A pandemia de Covid-19 desorganizou profundamente a cadeia produtiva global de semicondutores. O fechamento de fábricas, a redução da capacidade produtiva e desafios logísticos resultaram em uma escassez significativa de chips, afetando diversas indústrias, incluindo a automotiva. A falta desses componentes levou à interrupção na produção de veículos, atrasos na entrega de eletrônicos e aumento no preço de componentes essenciais. Segundo a CNN, em 6 de janeiro de 2023, a Anfavea informou que 250 mil veículos deixaram de ser produzidos no ano anterior devido à escassez de semicondutores. Esse cenário reforçou a necessidade de diversificação e fortalecimento das cadeias produtivas regionais. Países e empresas começaram a investir mais em autonomia na fabricação de semicondutores, reduzindo a dependência de fornecedores externos. No Brasil, esse contexto impulsionou iniciativas para atrair investimentos e desenvolver fábricas locais, garantindo maior resiliência frente a futuras crises globais.

O projeto e a fabricação de equipamentos eletrônicos exigem conhecimento técnico especializado, sendo essa uma atribuição exclusiva dos engenheiros em  eletrônica e de computação. Esses profissionais são responsáveis pelo desenvolvimento de semicondutores, circuitos integrados e outros componentes eletrônicos, conforme estabelecido na Lei Federal nº 5.194/1966 e nas Resoluções CONFEA nº 218/1973 e nº 380/1993. Projetar um equipamento eletrônico envolve a representação gráfica e escrita necessária à materialização do produto, com base em princípios técnicos e científicos. Já a fabricação consiste na execução do serviço técnico que transforma matérias-primas em produtos acabados, conforme disposto na Resolução CONFEA nº 1.073/2016. Garantir que esses processos sejam conduzidos por profissionais habilitados é essencial para assegurar qualidade, segurança e inovação na indústria de semicondutores, um setor crítico para o avanço da IA e telecomunicações no Brasil.

Diante desse cenário, o Governo Federal lançou a Nova Indústria Brasil, uma política industrial voltada à reestruturação do desenvolvimento industrial do país. Sob a liderança do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a iniciativa busca fomentar a inovação e a sustentabilidade no setor. Entre as medidas, destaca-se a retomada do “Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores” (PADIS), criado em 2007, que oferece incentivos fiscais para a produção de chips e displays de LCD e plasma. Além disso, o governo implementou a isenção de quatro tributos na produção de semicondutores e placas solares, essenciais para o setor fotovoltaico. Outra medida significativa foi a reinstalação do Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão responsável por debater propostas de políticas industriais com a cadeia produtiva e a sociedade civil.

O Brasil também se empenha na transformação digital da indústria. A Missão 4: Transformação Digital da Indústria, proposta pelo governo, visa aumentar a produtividade empresarial por meio da digitalização e da incorporação de tecnologias emergentes, como IA e semicondutores. Atualmente, apenas 23,5% das empresas industriais estão digitalizadas, o que evidencia o grande potencial de crescimento. Para alcançar esses objetivos, é necessário fortalecer a capacitação em TICs e semicondutores, fomentar a colaboração entre governo, institutos de ciência e tecnologia (ICTs) e empresas, além de expandir o uso de plataformas digitais nacionais. O Brasil busca minimizar sua dependência de soluções importadas, investindo na modernização da infraestrutura e incentivando a inovação no setor de TICs.

Entre as estratégias adotadas, destacam-se a implementação do Novo PADIS, a depreciação acelerada e a retomada do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC). A Missão 4 tem como objetivos específicos fortalecer empresas nacionais em tecnologias digitais emergentes, reduzir a dependência de produtos micro e nanoeletrônicos, aumentar a participação de empresas nacionais em plataformas digitais e promover a atualização tecnológica das regiões industriais maduras. Esses esforços refletem a busca por uma indústria mais competitiva, autossuficiente e integrada às novas realidades tecnológicas globais, promovendo a autonomia e a sustentabilidade da economia nacional.

Em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia e da inovação, a engenharia eletrônica e de computação se consolidam como peças-chave para o desenvolvimento sustentável e competitivo do Brasil. A transformação digital da indústria, aliada ao fortalecimento da produção local de semicondutores e ao investimento em inovação, será determinante para reduzir a dependência tecnológica e consolidar o Brasil como uma potência emergente nesse setor estratégico.

Artigo feito em colaboração com o Prof. Dr. Alex Brito, professor do departamento de economia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Fontes:

[1] Como seria o mundo sem a Engenharia?, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=JgQNAF4FHMA&ab_channel=RenatoArl%C3%A9o

[2] Tabela de Títulos Profissionais aprovada pela Resolução CONFEA nº 473/2022, atualização: 21/01/2025

[3] Lei Federal nº 5.194/1977

[4] Lei Federal nº 6.496/1977

[5] Acórdão nº 1925/2019-TCU-Plenário

[6] NCEES, disponível em https://ncees.org/

[7] OEP, disponível em https://www.ordemdosengenheiros.pt/pt/

[8] Invest RS assina termo de engajamento para empresa de semicondutores se instalar no Estado, disponível em https://www.estado.rs.gov.br/invest-rs-assina-termo-de-engajamento-com-empresa-de-semicondutores-do-estado

[9] Fábrica brasileira de semicondutores investe R$ 650 milhões para produzir mais e até exportar chips, disponível em https://exame.com/negocios/fabrica-brasileira-de-semicondutores-investe-r-650-milhoes-para-produzir-mais-e-ate-exportar-chips/?utm_source=copiaecola&utm_medium=compartilhamento

[10] Chips, nuvens, robôs: Brasil avança na transformação digital da indústria com R$ 186,6 bi, disponível em https://www.gov.br/mdic/pt-br/assuntos/noticias/2024/setembro/chips-nuvens-robos-brasil-avanca-na-transformacao-digital-da-industria-com-r-185-bi

[11] Montadoras deixaram de produzir 250 mil veículos por falta de semicondutores, disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/auto/montadoras-deixaram-de-produzir-250-mil-veiculos-por-falta-de-semicondutores/

[12] “Guerra dos chips”: China usa data centers no exterior para driblar sanções, disponível em https://olhardigital.com.br/2024/08/26/pro/guerra-dos-chips-china-usa-data-centers-no-exterior-para-driblar-sancoes/

[13] Câmara renova programa do Governo que alavanca investimentos em semicondutores, disponível em https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202406/camara-aprova-programa-para-alavancar-investimentos-em-semicondutores

[14] Fatores críticos e futuro da Ceitec são temas de debate no último dia do RS Innovation Stage, disponível em https://estado.rs.gov.br/fatores-criticos-e-futuro-da-ceitec-sao-temas-de-debate-no-ultimo-dia-do-rs-innovation-stage

[15] Entenda o programa Nova Indústria Brasil, disponível em https://www.comunidadecontabilbrasil.com/noticias/post/entenda-o-programa-nova-industria-brasil-wHIXudQyKV8thRr

[16] Governo Federal lança “Nova Indústria Brasil”, disponível em https://www.gov.br/mcom/pt-br/noticias/2024/janeiro/governo-federal-lanca-nova-industria-brasil

[17] Entenda o programa Nova Indústria Brasil, disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-01/entenda-o-programa-nova-industria-brasil

[18] ComposiçãoSecretaria-Executiva  Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), disponível em https://www.gov.br/mdic/pt-br/composicao/se/cndi

[19] Nova Indústria Brasil: Plano de Ação para a Neoindustrialização 2024-2026, disponível em https://www.gov.br/mdic/pt-br/composicao/se/cndi/plano-de-acao/nova-industria-brasil-plano-de-acao-2024-2026-1.pdf

Fonte: Coluna Rogerio Moreira Lima Portal Imirante

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Anatel e Insper firmam parceria estratégica para avanço em pesquisa e inovação

Protocolo de Intenções entre o órgão e a instituição promove colaboração em áreas de interesse comum, com foco em sustentabilidade e inclusão digital alinhadas aos ODS da ONU

A  Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por meio do Centro de Altos Estudos em Comunicação Digitais e Inovações Tecnológicas (Ceadi), celebrou com o Insper um Protocolo de Intenções com o objetivo de unir forças em prol do avanço de estudos, pesquisas e atividades de interesse comum. A parceria visa fortalecer a troca de conhecimentos, experiências e a realização de eventos que contribuam para a missão institucional da Anatel e para a produção de conhecimento acadêmico.O acordo, registrado como Protocolo de Intenções nº 2/2025, foi assinado eletronicamente pelas lideranças das duas instituições. Representando a Anatel, participaram Carlos Manuel Baigorri, presidente, e Alexandre Reis Siqueira Freire, presidente do Ceadi. Pelo Insper, assinaram Vinícius Cassio Barqueiro, coordenador administrativo dos Centros de Conhecimento, e Vanessa Boarati, coordenadora do Escritório de Apoio à Pesquisa.

Entre os principais objetivos da parceria estão:

  • Divulgação de boas práticas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU;
  • Estímulo à produção acadêmica por meio de pesquisas e disseminação de conhecimento;
  • Realização de eventos como seminários, encontros e reuniões que abordem Economia, Direito e Tecnologia, áreas de interesse mútuo.

Para o conselheiro Alexandre Freire, a atuação do Insper, assim como a da Anatel, reflete um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. “O Insper, ao ser signatário do PRME (Principles for Responsible Management Education), iniciativa da ONU, demonstra alinhamento com os valores presentes no White Paper Agenda 2030 e o Setor de Telecomunicações: Estratégias e Boas Práticas para promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esse documento estratégico reforça o compromisso da Anatel com a conectividade universal e a inclusão digital como pilares do desenvolvimento sustentável”, destaca Freire.

A colaboração será norteada por planos de trabalho e ajustes técnicos elaborados em conjunto, com reuniões periódicas para avaliação do progresso e definição de metas.

“O acordo com a Anatel é uma oportunidade valiosa de fortalecer a atuação do Insper em pesquisa aplicada e ampliar o impacto do conhecimento acadêmico em questões cruciais para o desenvolvimento do país. Ao unir nossos conhecimentos, conseguimos aprofundar estudos em diversas áreas e promover soluções inovadoras. Esta colaboração reforça nosso compromisso com a excelência acadêmica e com a construção de um futuro mais conectado e sustentável”, afirma Paulo Furquim, professor do Insper que conduziu a iniciativa.

Contribuições e compromissos

Ambas as partes irão contribuir com recursos e expertises específicos. A Anatel disponibilizará informações e dados relevantes, respeitando limites legais de sigilo e proteção de dados pessoais. Já o Insper propiciará a participação de docentes e discentes na condução de estudos e propostas de temas de pesquisa.

Não haverá transferência de recursos financeiros entre as instituições. As despesas decorrentes serão cobertas pelas dotações orçamentárias próprias de cada participante, com os serviços sendo realizados em regime de cooperação mútua.

Vigência e transparência

O protocolo terá validade até 31 de dezembro de 2027, podendo ser prorrogado por meio de aditivo. A Anatel se compromete a publicar o documento em seu site e a garantir que as ações decorrentes da parceria sejam informativas e educativas, sem caráter promocional.

Com essa iniciativa, Anatel e Insper reforçam o compromisso com a inovação, o compartilhamento de conhecimentos e o fortalecimento de ações que beneficiem a sociedade por meio de estudos e soluções práticas.

Sobre o Insper

O Insper é uma instituição de ensino superior e pesquisa sem fins lucrativos, reconhecida pela excelência em ensino e pela promoção da transformação social por meio da formação de líderes inovadores e da pesquisa aplicada. Com mais de 13 mil alunos, oferece cursos de graduação, pós-graduação e educação executiva, além de programas customizados. Possui certificações internacionais de prestígio, como AACSB, AMBA e Equis, que a posicionam entre as poucas instituições do mundo com a Triple Crown, presente em menos de 1% das escolas de negócios globais. No Brasil, destaca-se como uma das cinco instituições certificadas pela AMBA e é referência nas avaliações do Ministério da Educação (MEC).

Sobre o Ceadi

O Ceadi é o órgão responsável pelo fomento às pesquisas científicas e ao debate acadêmico do setor de comunicações digitais, inovações tecnológicas e segurança cibernética, tanto interna quanto externamente à Anatel. Desempenha, nesse sentido, um papel proeminente como um think tank dedicado ao avanço das pesquisas científicas e ao fomento do debate acadêmico no âmbito das comunicações digitais, inovações tecnológicas e segurança cibernética, exercendo sua influência não apenas internamente, mas também como um agente ativo no cenário internacional.

Fonte: ANATEL

Hedy Lamarr e as Telecomunicações: O Legado de uma Mulher Brilhante

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Hedy Lamarr foi uma mulher verdadeiramente à frente de seu tempo. Embora amplamente reconhecida por sua carreira na era dourada de Hollywood, sua contribuição para as telecomunicações é um legado de grande importância, um feito que vai além das telas e que até hoje influencia a maneira como nos comunicamos. Durante a Segunda Guerra Mundial, Lamarr, junto com o compositor George Antheil, desenvolveu um inovador sistema de comunicação baseado em frequency hopping — uma técnica que mudava rapidamente a frequência dos sinais de rádio para dificultar a interceptação pelas forças inimigas, algo essencial para garantir a segurança das transmissões de rádio usadas pelos militares.

A ideia de Lamarr e Antheil surgiu de uma experiência simples e criativa. Em frente a um piano, os dois começaram a brincar com notas musicais, repetindo-as em diferentes escalas e experimentando controlar os instrumentos de forma sincronizada. Esse exercício os levou a pensar em como as frequências de rádio poderiam ser alternadas, permitindo que uma comunicação fosse transmitida sem que um adversário pudesse interceptá-la. Eles usaram a analogia de duas pessoas conversando entre si, mudando frequentemente o canal de comunicação de forma simultânea, o que permitiria que a mensagem fosse ouvida apenas por quem estivesse no mesmo canal, mas nunca por aqueles que não estivessem sincronizados.

Esse sistema de frequency hopping foi patenteado por Lamarr e Antheil em 1942, com a intenção de despistar radares nazistas e garantir a segurança das comunicações militares. Embora a invenção não tenha sido implementada na época devido a limitações tecnológicas, sua ideia se tornaria um marco fundamental nas tecnologias de telecomunicações décadas mais tarde, especialmente no desenvolvimento das redes móveis digitais.

Nos anos seguintes, a importância do frequency hopping se consolidou quando foi incorporado ao GSM, o sistema de segunda geração (2G) que se tornou a base das redes de comunicação móvel modernas. O GSM, lançado na década de 1990, representou uma revolução no mundo das telecomunicações, utilizando técnicas de acesso como TDMA (Time Division Multiple Access) e FDMA (Frequency Division Multiple Access). A introdução do frequency hopping no GSM foi essencial para reduzir interferências e melhorar a segurança das comunicações móveis. Essa técnica permitiu que os dispositivos móveis mudassem de portadora entre quadros sucessivos, fazendo saltos de frequência a cada transmissão, o que dificultava a interceptação e melhorava a qualidade da comunicação em áreas com alta interferência.

Embora à época o GSM parecesse uma tecnologia simples comparada aos avanços tecnológicos de hoje, ele foi revolucionário. O GSM estabeleceu-se como um padrão global e, a partir dele, surgiram outras inovações que moldaram as gerações subsequentes de redes móveis, como o WCDMA (3G), e o LTE (4G). Além disso, a evolução das redes continuou com a introdução do 5G, que agora nos proporciona uma conectividade de alta velocidade e ultrabaixa latência, fundamental para aplicações de internet das coisas (IoT) e tecnologias emergentes em tempo real. Em contraste, os sistemas IS-136 e CDMA 2000, que também surgiram na mesma época, foram descontinuados, já que o GSM ganhou escala global e se tornou dominante.

O impacto do GSM foi enorme. A tecnologia permitiu que milhões de pessoas no mundo inteiro tivessem acesso à telefonia móvel digital, algo impensáveis anos antes. Além disso, o GSM também foi o precursor de outras inovações nas redes móveis, como o envio de mensagens de texto (SMS), o que se tornaria uma das formas mais populares de comunicação durante os anos 90 e 2000.

O GSM utilizava canais de 200 KHz e uma modulação GMSK (Gaussian Minimum Shift Keying), que, combinada com o frequency hopping, ajudava a garantir a qualidade da comunicação mesmo em ambientes de alta interferência. O sistema também empregava técnicas de codificação de voz, como RELP/LPC (preditivo linear de excitação residual), com uma taxa de 13 kbps, bem mais eficiente do que tecnologias disponíveis a época, como a PCM (64kbps) e ADPCM (32kbps).

Embora o GSM tenha sido sucedido por tecnologias mais avançadas, como o 3G, 4G e 5G, sua importância histórica não pode ser subestimada. Ele estabeleceu as bases para o que viria a ser uma revolução nas telecomunicações móveis, permitindo a comunicação global em escala nunca vista antes. E muito disso se deve à visão de Hedy Lamarr, cujas invenções, muitas vezes negligenciadas, tiveram um impacto profundo e duradouro.

No Dia Internacional da Mulher, é fundamental lembrar de figuras como Hedy Lamarr, cujas contribuições para a ciência e a engenharia de telecomunicações foram muitas vezes ofuscadas por sua carreira no cinema. Lamarr não foi apenas uma atriz, mas também uma mulher brilhante, cuja invenção desempenhou um papel central no desenvolvimento das redes de comunicações móveis, impactando diretamente as telecomunicações modernas. A invenção de Lamarr não só contribuiu para a evolução das telecomunicações, mas também desafiou estereótipos de gênero, mostrando que mulheres podem, e devem, ser protagonistas na ciência e na tecnologia.

 

Por:

Eng. Eletric. Dr. Rogerio Moreira Lima

Diretor de inovação e Diretor Estadual da ABTELECOM

Coord. da CAPA e da CEALOS do CREA-MA,

Professor do departamento de engenharia de computação da UEMA

Professor do Mestrado Profissional em Engenharia de Computação e Sistemas da UEMA

Membro da AMC titular da cadeira nº 54

1º Secretário da ABEE-MA

 

 

Fonte:

[1] Camilo, Talles Alexandre. Simulação e Desempenho de Serviço Integrado de Voz e Dados em Sistemas Celulares Utilizando o Padrão GSM/HSCSD. Dissertação de Mestrado, PUC-RIO, 2002.

[2] Livro aborda a vida de Hedy Lamarr, a judia que revolucionou Hollywood e a Ciência, disponível em https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/vitrine/biografia-aborda-a-vida-de-hedy-lamarr-a-judia-que-revolucionou-hollywood-e-ciencia.phtml

[3] O que podemos aprender com as pessoas absurdamente talentosas, disponível em https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/02/22/o-que-podemos-aprender-com-as-pessoas-absurdamente-talentosas.ghtml
[4] Silva Mello. Notas de Aula Doutorado, 2007
[5] Mulheres que revolucionaram a Telefonia: conheça o legado de Shirley Ann Jackson e Hedy Lamarr, disponível em https://www.bemmelhor.com.br/mulheres-que-revolucionaram-a-telefoniaconheca-o-legado-de-shirley-ann-jackson-e-hedy-lamarr/#:~:text=A%20t%C3%A9cnica%20de%20%E2%80%9Cespalhamento%20espectral,em%20todas%20as%20suas%20formas.

[6] Quem inventou e quando surgiu o Wi-Fi? National Geographic, disponível em https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2024/11/quem-inventou-e-quando-surgiu-o-wi-fi#:~:text=Hedwig%20Eva%20Maria%20Kiesler%2C%20conhecida,como%20Bluetooth%20e%20Wi%2DFi.

[7] Modulação espectral, sua historia,d.pptx, disponível em https://pt.slideshare.net/slideshow/modulao-espectral-sua-historiadpptx/267150465

[8] Neto, Fabio Siqueira. Geradores de Sequências Pseudoaleatórias Usando Caos em Sistemas de Espelhamento Espectral. Dissertação de Mestrado, Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2009

ABTELECOM Reforça a Importância da Engenharia de Telecomunicações em Homenagem a Vinícius Caram

Na terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, às 9h, no Auditório do Executive Lake, em São Luís, capital do Maranhão,  a Associação Brasileira de Telecomunicações (ABTELECOM) participou da solenidade que homenageou o engenheiro eletricista Vinícius Oliveira Caram Guimarães por sua significativa contribuição ao setor de telecomunicações no Brasil. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas – Seção Maranhão (ABEE-MA), reuniu autoridades, lideranças do setor e profissionais da engenharia para reconhecer o impacto positivo de sua atuação ao longo de mais de 25 anos de carreira.

Figura 2- Da esquerda para direita temos: Eng. Eletric. Rogerio Moreira Lima (ABTELECOM, ABEE-MA, CREA-MA, UEMA e AMC), Eng. Civ. Raimundo Xavier (Mútua-MA), Eng. Civ. Juscelino Resende, Eng. Mec. Wesley Assis (CREA-MA), Eng. Agr. Raimundo Monteiro (CREA-MA) e Eng. Mec. Carlos Ronyhelton (UEMA)

A ABTELECOM, entidade que representa e fomenta o desenvolvimento das telecomunicações no país, reforça que a trajetória de Vinícius Caram é um exemplo de como o conhecimento técnico e a regulação bem estruturada são fundamentais para garantir um ambiente de inovação, segurança e expansão da infraestrutura de conectividade. Sua experiência no setor, desde a consultoria e a docência até sua posição na ANATEL, demonstra a importância da engenharia na formulação de políticas públicas eficientes e alinhadas às necessidades do mercado e da sociedade.

Entre as personalidades ilustres presentes estavam o vice-presidente da Huawei Brasil, Fred; Bianca Franco, Relações Institucionais e Governamentais da TIM; Renata Ramos, Relações Institucionais da Telefônica Vivo Norte do Brasil; o Eng. Eletric. Raimundo Fraga, Superintendente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos, representando o governador Carlos Brandão; o Eng. Civ. Felipe Falcão, Secretário Municipal de Informação e Tecnologia, representando o prefeito Eduardo Braide; o Eng. Mec. Wesley Assis, Presidente do CREA-MA, representando o presidente do CONFEA, Eng. Telecom. Vinícius Marchese; o Eng. Civ. Raimundo Xavier, Diretor-Geral da Mútua-MA, representando o diretor-presidente da Mútua Nacional, Eng. Civ. Joel Krüger; o Eng. Eletric. Marcelo Brito, Presidente da ABEE-MA; o Eng. Civ. José Henrique Campos, Presidente do Clube de Engenharia do Maranhão; o Eng. Eletric. Rogério Moreira Lima, Diretor de Inovação da ABTELECOM, representando o presidente, Eng. Eletron. Luiz Rocha; o Eng. Comunic. Diogo Torres, Coordenador de Infraestrutura da CONEXIS, representando o presidente, Marcos Ferrari; Rogério Dallemole, Diretor da Associação NEO, representando o presidente, Rodrigo Schuch; o Eng. Civ. Juscelino Resende, pai do Ministro das Comunicações, Juscelino Filho; Augusto Diniz, Diretor da MAXX; o Eng. Eletric. Maurício Oliveira, Diretor da Lig16; Rogério Dallemole, Diretor da Associação NEO; os professores da UEMA: Dr. Leonardo Gonsioroski, do departamento de engenharia de computação, Prof. Carlos Ronyhelton, representando o Magnífico Reitor da UEMA, Eng. Civ. Walter Canales, e Prof. Denner Guilhon, do departamento de engenharia mecânica; e o Diretor Geral da Defensoria Pública, Luís Otávio Rodrigues de Moraes Filho, representando o Defensor Público-Geral, Gabriel Santana Furtado Soares.

Figura 3- Da esquerda para direita temos: Estela (Huawei Brasil), Fred (Huawei Brasil), Eng. Eletric. Vinicius Caram (ANATEL), Paula Fonteles (ANATEL), Ivete Dias (ANATEL) e Eng. Eletric. Carnot Braun (ANATEL)

Figura 4- Da esquerda para direita temos: Vinicius Silva (CLARO), Eng. Telecom. Raphael Cortinhas Sousa (CLARO), Renata Ramos (VIVO), Eng. Eletric. Vinicius Caram (ANATEL), Bianca Franco (TIM) e Eng. Comunic. Diogo Torres (CONEXIS)

Vinícius Caram, ao longo de sua trajetória, destacou-se como consultor de redes de telecomunicações entre 1998 e 2011, além de atuar como professor em cursos de Engenharia Elétrica. Desde 2011, integra a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) como servidor de carreira, assumindo em 2019 a Superintendência de Outorga e Recursos à Prestação. Mestre em Engenharia de Telecomunicações e especialista em Gestão de Telecomunicações pela Universidade de Brasília (UnB), Vinícius Caram também possui especialização em Governança e Controle da Regulação pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Sua atuação tem sido crucial na modernização das telecomunicações brasileiras, assegurando a segurança do espectro radioelétrico e aprimorando a infraestrutura de conectividade no país.

Figura 5- Da esquerda para direita temos: Rogério Dallemole (Associação NEO), Augusto Diniz (MAXX) e Eng. Eletric. Vinicius Caram (ANATEL)

Figura 6- Da esquerda para direita temos: André Pessoa (ANATEL), Eng. Civ. José Henrique Campos (CEM), Eng. Eletric. Vinicius Caram (ANATEL) e Eng. Mec. Wesley Assis (CREA-MA)

O presidente da ABEE-MA, Eng. Eletric. Marcelo Brito, enfatizou a relevância do conhecimento técnico especializado na regulação do setor, destacando as contribuições de Caram para promover inovações seguras e eficientes que beneficiam a sociedade e a economia nacional. Além disso, foi ressaltada a importância de profissionais com formação técnica na formulação e fiscalização das normas regulatórias, garantindo que as decisões sejam embasadas em critérios técnicos sólidos e alinhadas às necessidades do país.

Durante a cerimônia, Vinícius Caram ressaltou que a engenharia de telecomunicações desempenha um papel fundamental na redução das desigualdades e no crescimento socioeconômico. Destacou sua trajetória desde 1994, acompanhando a evolução da telefonia no Brasil, da telefonia fixa ao 5G, e os desafios que ainda persistem, como a ausência de conectividade móvel em mais de mil localidades no Maranhão.

O homenageado enfatizou a relevância da Anatel na regulação do setor, assegurando infraestrutura qualificada e promovendo um ambiente competitivo e sustentável. Mencionou o Artigo 12 do Regulamento de Licenciamento de Estações, que exige planejamento técnico e comprovação de responsabilidade técnica por meio de profissionais habilitados e registrados no CREA.

Citou, ainda, o ex-presidente José Sarney ao afirmar que “o futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos construindo”, reforçando a necessidade de investimentos contínuos para expandir a infraestrutura de telecomunicações no Brasil. Enalteceu também o trabalho do Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na ampliação da conectividade e na promoção de políticas públicas que garantam a universalização do acesso à tecnologia.

Figura 6- Da esquerda para direita temos: Augusto Diniz (MAXX), Eng. Eletric. Vinicius Caram (ANATEL), Jeferson Bandeira (MAXX) e Eng. Eletric. Rogerio Moreira Lima (ABTELECOM, ABEE-MA, CREA-MA, UEMA e AMC)

A ABTELECOM parabeniza a ABEE-MA pela realização do evento e ao CREA-MA, à Mútua-MA, à Mútua e ao CONFEA pelo apoio a um evento que valoriza a engenharia e os engenheiros como pilares essenciais para o avanço das telecomunicações no Brasil. A engenharia de telecomunicações, em particular, desempenha um papel estratégico na construção de uma infraestrutura robusta, resiliente e inovadora, garantindo a conectividade e impulsionando o desenvolvimento econômico e social do país. Eventos como este reafirmam a relevância da qualificação técnica e do trabalho conjunto entre entidades e profissionais para enfrentar os desafios e oportunidades do setor.

 

Por:

Eng. Eletric. Dr. Rogerio Moreira Lima
Diretor de inovação e Diretor Estadual da ABTELECOM
Coord. da CAPA e da CEALOS do CREA-MA,
Professor do PECS/UEMA
Membro da AMC titular da cadeira nº 54
1º Secretário da ABEE-MA


Figura 1- Da esquerda para direita temos: Eng. Eletric. Rogerio Moreira Lima (ABTELECOM, ABEE-MA, CREA-MA, AMC, UEMA), Eng. Mec. Wesley Assis (CREA-MA), Eng. Civ. Felipe Falcão (SEMIT/SLZ), Eng. Eletric. Raimundo Fraga (SEDEPE/MA), Eng. Eletric. Marcelo Brito (ABEE-MA), Eng. Eletric. Vinicius Caram (ANATEL), Luís Otávio Moraes (DPE/MA), Eng. Civ. Raimundo Xavier (Mútua-MA) e o Eng. Civ. Juscelino Resende

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Anatel realiza operação inédita para combater interferências no Serviço Móvel Aeronáutico no Espírito Santo

Interferência prejudicava a comunicação dos pilotos de helicópteros com a Torre de Controle de Tráfego Aéreo do Aeroporto de Vitória

A a última terça-feira (18/2), agentes da Anatel/ES realizaram uma operação inédita durante uma ação de fiscalização em resposta a reclamações de interferência no Serviço Móvel Aeronáutico (SMA). As primeiras ocorrências foram registradas no fim de 2024 e se intensificaram nos dois primeiros meses de 2025. A interferência tem prejudicado a comunicação dos pilotos de helicópteros com a Torre de Controle de Tráfego Aéreo do Aeroporto de Vitória durante os procedimentos de pouso e decolagem nas proximidades do aeroporto.

A monitoração do espectro revelou a presença de vários produtos de intermodulação na faixa do SMA, alguns deles bem próximos aos canais afetados. Essas interferências eram originadas no Morro da Fonte Grande (“Morro das Antenas”), em Vitória (ES), uma área densamente ocupada por diversos sistemas de telecomunicações, incluindo 22 emissoras de rádio FM, além de uma dezena de retransmissores de TV digital.

Para identificar corretamente as fontes de interferência, além das vistorias técnicas realizadas nas estações, no dia 18 de fevereiro, durante o período noturno, foi realizado o desligamento sequencial de todas as 22 emissoras FM, seguido de um religamento seletivo — uma estratégia inédita até então. Esse procedimento permitiu associar com precisão cada entidade aos produtos de intermodulação detectados.

A ação coordenada contou com a participação de sete agentes da Anatel/ES e 16 representantes técnicos das emissoras, devidamente distribuídos para receber os comandos da equipe de monitoração do espectro, instalada nas dependências da unidade descentralizada da Anatel (UO021), por meio de mensagens via WhatsApp. Considerando tratar-se de um caso restrito a uma região e sem impacto nas operações de voos comerciais, não houve necessidade de interrupção cautelar. Todas as entidades em situação irregular serão autuadas e notificadas, devendo adotar as medidas técnicas cabíveis para cessar as emissões indesejadas dentro do prazo determinado.

Competição no móvel e postes são prioridades para provedores em 2025

A promoção de uma agenda de competição que favoreça prestadores de pequeno porte (PPP) na telefonia móvel e o fim do impasse no uso dos postes são alguns dos principais itens da agenda regulatória de operadoras regionais e competitivas reunidas na Abrint e na TelComp.

Nesta terça-feira, 18, dirigentes das duas entidades participaram do Seminário Políticas de (Tele) Comunicações, organizado pelo CCOM/UnB e por TELETIME em Brasília. O cenário para interconexão de voz após o fim da concessão da Oi e novas regras para infraestruturas críticas e plataformas também foram temas lembrados.

No caso da Abrint, o impasse do compartilhamento de postes abriu a lista destacada pelo presidente da entidade, Mauricélio Oliveira. O executivo lamentou o que chamou de “inércia” da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na aprovação de novas regras para o uso do recurso, e atentou ao cenário de judicialização.

“Há várias ações judiciais tanto por questão de preço quanto por ocupação e regularização. Isso acaba na Justiça muitas vezes por falta de regulamentação adequada e de preços adequados”, afirmou. Vale lembrar que a Anatel aprovou em 2023 uma proposta para o novo regulamento de postes, dependendo agora do posicionamento da Aneel.

Entre as possibilidades na mesa está a criação do chamado “posteiro“, um ente terceiro que passaria a ser responsável pela gestão dos postes, no lugar das elétricas. Na TelComp, esse é um dos pontos de atenção, segundo Luiz Henrique Barbosa, presidente executivo da entidade.

“Estamos trabalhando com a Anatel para fazer uma PoC [prova de conceito] do posteiro e diminuir assimetrias de informação”, afirmou Barbosa. “Se esperarmos muito, só piora”, alertou.

Competição

As duas associações também defenderam medidas que favoreçam a competição em telecom e entrada de novos players, sobretudo no mercado móvel. Algo citado por ambas foi a aguardada viabilização do mercado secundário de espectro.

“Esse é um aspecto importante que vem sendo tratado há um tempo e que vai trazer nova dinâmica de competição ao mercado. Ele precisa ser endereçado com cuidado especial”. afirmou Oliveira, da Abrint. “Se queremos democratização e expansão da móvel nas áreas de difícil acesso como foi feito com as PPPs na [banda larga] fixa, o mercado tem que ser aberto”.

Barbosa, da TelComp, também apontou elementos estruturantes do mercado considerados cruciais pelas empresas competitivas. Entre eles, a discussão de regulamentos como RUE (espectro) e PGMC (competição) e de novas regras para o compartilhamento de rede (RAN sharing) e roaming, além de incentivo para operadores virtuais (MVNOs).

Em outra seara, Barbosa defendeu um novo olhar estratégico para as infraestruturas críticas, com regulação mais clara para elementos como cabos submarinos, data centers, redes de transporte e via satélite.

Leilões

A TelComp também pediu definições sobre os próximos leilões de espectro da Anatel, de preferência com assimetria para participação das PPPs. Já a Abrint defendeu que ao menos o caso do 6 GHz seja mais discutido previamente pelo setor. A entidade é contra a decisão da Anatel de leiloar metade do espectro, antes destinado exclusivamente ao Wi-Fi.

“80% do tráfego está em cima das redes fixas, que dependem de Wi-Fi. A rede móvel tem utilização de banda caindo e preço do megabyte subindo, enquanto nas redes fixas é o inverso, com preço caindo e tráfego subindo”, defendeu Oliveira, sobre a importância de manter o espectro para a banda larga fixa.

Internet

Por último, um tema na agenda das duas entidades envolve a regulação do ecossistema de Internet.

Na TelComp, a defesa passou por uma “regulação do ponto de vista econômico onde todo mundo siga as mesmas regras“, sobretudo para serviços prestados em cima da rede e que se confundem com aqueles prestados pelas empresas de telecom, afirmou Barbosa.

Já Oliveira, da Abrint, defendeu a manutenção da Norma nº4, considerada por ele a “certidão de nascimento dos provedores”. A regra é responsável por separar atividades de telecom das aplicações prestadas sobre a rede e pode ser revista pela Anatel.

Para o dirigente da associação de provedores, contudo, uma retirada das norma poderia abrir caminho para uma maior intervenção estatal na Internet. Inclusive, a Abrint entende que os mecanismos existentes para a regulação do ecossistema digital já são suficientes hoje, além de ver riscos na ideia de conferir às plataformas obrigações na remoção de conteúdo, que hoje cabem à Justiça.

Fonte: Teletime

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Judicialização das Telecomunicações: Riscos e Impactos para o Futuro do 5G no Brasil

Judicialização das Telecomunicações: Riscos e Impactos para o Futuro do 5G no Brasil

A desistência da Winity II Telecom em relação às autorizações obtidas no Lote A1 da Licitação nº 1/2021-SOR/SPR/CD-ANATEL, conhecido como Leilão 5G, trouxe implicações significativas para o cenário das telecomunicações no Brasil. A empresa havia adquirido a faixa de 700 MHz, reconhecida por sua ampla cobertura e excelente penetração em edificações, com compromissos de ampliar o acesso à internet em áreas rurais e reforçar o serviço em centros urbanos. Contudo, em agosto de 2023, a Winity optou por renunciar às autorizações, interrompendo os planos previamente estabelecidos. A faixa de 700 MHz é estratégica para o setor de telecomunicações, sendo amplamente reconhecida por sua capacidade de propagação eficiente. Em centros urbanos, essa frequência desempenha um papel crucial no reforço da cobertura, particularmente em locais com alta densidade populacional, devido à sua penetração superior em edificações. Em áreas rurais e de difícil acesso, o alcance dessa faixa é essencial para superar barreiras geográficas e promover a inclusão digital, reduzindo desigualdades no acesso à conectividade. Globalmente, a faixa de 700 MHz é um padrão consolidado em redes LTE e 5G, atendendo às crescentes demandas por cobertura, qualidade de serviço e conectividade universal.

 

Os desafios enfrentados pela Winity, possivelmente relacionados à construção de infraestrutura e ao cumprimento de metas de cobertura, destacam a complexidade do mercado de telecomunicações no Brasil. Sua desistência atrasou os planos da ANATEL para expandir a inclusão digital, impactando regiões que mais necessitam de conectividade. Enquanto a faixa de 700 MHz, em UHF, apresenta mecanismos de propagação como linha de vista, difração, reflexão e tropodifusão, as faixas de 3,5 GHz e 26 GHz, em SHF, dependem majoritariamente da propagação em linha de vista. Embora a difração ainda seja possível em 3,5 GHz, sua eficiência é inferior à observada na faixa de 700 MHz, onde esse mecanismo predomina. Como resposta, a ANATEL anunciou que publicará um novo edital para a faixa de 700 MHz até 31 de dezembro de 2025, criando novas oportunidades para que empresas interessadas assumam os compromis sos de cobertura. No entanto, a demora nesse processo poderá ampliar os atrasos na expansão das redes móveis, comprometendo os avanços planejados. O sucesso do novo edital dependerá de atrair investidores com capacidade técnica e financeira para enfrentar os desafios regulatórios e operacionais do setor. Paralelamente, a judicialização surge como outro desafio significativo. A recente ação judicial solicitando o compartilhamento obrigatório das ERBs (Estações Rádio Base) quando a distância entre elas for inferior a 500 metros, relatada pela Folha de São Paulo em 1º de janeiro de 2025, gera apreensão. Além disso, a entra da como amicus curiae de associações de municípios, como Assomasul e FGM, na ação movida pela ABRIN TEL (ADI 7708), intensifica a complexidade do cenário. Essa decisão impacta diretamente o planejamento do 5G, que depende de uma infraestrutura robusta para atingir seu pleno potencial. A tecnologia MIMO Massivo (Multiple Input, Multiple Output), fundamental para o 5G, utiliza múltiplas antenas para aumentar significativa mente a capacidade da rede. Para que funcione adequadamente, é necesAtividades técnicas em telecomunicações são características da engenharia, conforme o art. 1º, alínea ‘b’, da Lei Federal nº 5.194/1966. A direção, estudo, planejamento, projeto e execução de sis temas de telecomunicações são competências de engenheiros eletricistas, engenheiros em eletrôni ca, engenheiros de telecomunicações e engenhei ros de computação, desde que tenham a devida qualificação, conforme os arts. 7º e 27, alínea ‘f’, da Lei nº 5.194/1966, combinados com o art. 9º da Resolução CONFEA nº 218/1973, o art. 1º da Reso lução CONFEA nº 380/1993 e o art. 5º, §2º, da Resolução CONFEA nº 1.073/2016. Profissionais que rea lizam pós-graduações podem ampliar suas atribuições iniciais, desde que comprovem a suplementação curricular aprovada pela câmara especializada pertinente à atribuição requerida, conforme dispõe o art. 7º da Resolução CONFEA nº 1.073/2016         sário implantar uma alta densida de de antenas por habitante, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas. A imposição judicial pode criar entraves técnicos e econômicos, comprometendo o desempenho esperado das redes 5G.

Nesse contexto, as telecomunicações, através de engenheiros devidamente habilitados, projetam, executam e realizam manutenção em sistemas de comunicação alicerçados na análise espectral, propa gação de ondas eletromagnéticas e teoria estatística das comunicações. A análise espectral, sustentada pela Transformada de Fourier, otimiza o uso do es pectro eletromagnético, evitando interferências e maximizando a eficiência das redes. Tecnologias como OFDM exemplificam sua aplicação prática, mitigando os efeitos do multipercurso e reduzindo a taxa de erro de bits, além de melhorar tanto a cobertura quanto a taxa de transmissão de dados. A propagação de ondas eletromagnéticas, regida pela Equação de Helmholtz, é essencial para com preender os mecanismos de transmissão de sinais e prever fenômenos como atenuação, difração e multipercurso. Modelos como o Alfa-Beta-Gama (ITU-R P.1411) são cruciais para prever o comporta mento do sinal em ambientes urbanos e suburba nos. Além disso, a teoria estatística das comunica ções assegura a confiabilidade dos sistemas, com aplicações como a taxa de erro de bits (BER) e a modelagem de tráfego, fundamentais para o de sempenho em redes de alta densidade.

Atividades técnicas em telecomunicações são características da engenharia, conforme o art. 1º, alínea ‘b’, da Lei Federal nº 5.194/1966. A direção, estudo, planejamento, projeto e execução de sis temas de telecomunicações são competências de engenheiros eletricistas, engenheiros em eletrôni ca, engenheiros de telecomunicações e engenhei ros de computação, desde que tenham a devida qualificação, conforme os arts. 7º e 27, alínea ‘f’, da Lei nº 5.194/1966, combinados com o art. 9º da Resolução CONFEA nº 218/1973, o art. 1º da Reso lução CONFEA nº 380/1993 e o art. 5º, §2º, da Resolução CONFEA nº 1.073/2016. Profissionais que rea lizam pós-graduações podem ampliar suas atribuições iniciais, desde que comprovem a suplementação curricular aprovada pela câmara especializada pertinente à atribuição requerida, conforme dispõe o art. 7º da Resolução CONFEA nº 1.073/2016.

No Brasil, que utiliza as faixas de 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz para o 5G, o planejamento técnico e o equilíbrio regulatório são indispensáveis. Nessas faixas, os fenômenos físicos de propagação variam sig nificativamente devido às diferenças no comprimento de onda. Em 2,3 GHz, os sinais apresentam bom equilíbrio entre alcance e capacidade de contornar obstáculos, com razoável penetração em edificações e maior resiliência à atenuação causada por barreiras físicas, além de permitir difração em bordas e re f lexões em superfícies próximas. No entanto, o multipercurso é mais pronunciado, gerando interferências que podem ser compensadas por técnicas como MIMO e OFDM. Já em 3,5 GHz, a propagação é majori tariamente em linha de vista, com menor capacidade de difração e maior suscetibilidade a bloqueios por estruturas como prédios e árvores. Em contraste, na frequência de 26 GHz, a alta direcionalidade dos sinais, devido ao comprimento de onda reduzido, limita significativamente sua capacidade de difração e reflexão eficiente, tornando os enlaces altamente dependentes de visibilidade direta. Essa faixa também está mais sujeita a perdas por absorção atmosférica, especialmente em condições de chuva, exigindo uma maior densidade de estações rádio base (ERBs) para fornecer cobertura adequada, especialmente em ambientes urbanos. Nesses cenários, a tecnologia MIMO Massivo desempenha um papel crucial para mitigar problemas técnicos. Utilizando múltiplas antenas na transmissão e recepção, intensamente, o MIMO Massivo aumenta a eficiência espectral, melhora a cobertura e reduz os efeitos adversos do multi percurso, através de uma massiva densidade de antenas por habitantes, além de possibilitar a formação de feixes altamente direcionais em 26 GHz, maximizando a capacidade da rede em ambientes densamen te povoados. Assim, a combinação dessas frequências no espectro 5G é essencial para equilibrar alcance, penetração e capacidade.

A judicialização, embora necessária em alguns casos, deve ser conduzida com cautela para não preju dicar os avanços tecnológicos e sociais. A preocupação reside na criação de entraves à implantação das antenas; uma regulação rígida pode implicar em atrasos na implementação do 5G. O MIMO Massivo, que significa alta densidade de antenas por usuário, exige a instalação de um número elevado de antenas, especialmente em frequências mais altas, o que implica em antenas próximas umas das outras. Entraves legais podem dificultar essa expansão necessária. O 5G é peça central na transformação digital, essencial para suportar inovações como a inteligência artifi cial. Sem infraestrutura adequada, o Brasil corre o risco de ficar para trás nesse processo. É imperativo valorizar a engenharia e buscar soluções que promovam o progresso tecnológico e social, minimizando entraves jurídi cos e maximizando os benefícios para a sociedade. Mais engenharia, menos litígios judiciais.

 

Fontes

[1] Anatel antecipa licitação da faixa de 700 MHz e amplia incentivos ao seu uso, em caráter secundário, por prestadoras de pequeno porte, disponível em https://www.gov.br/anatel/pt-br/assuntos/noticias/ anatel-antecipa-licitacao-da-faixa-de-700-mhz-e-incentiva-uso-da-faixa-em-carater-secundario-para–ppps

[2] RF EMF Guidelines (2020), disponível em https://www.icnirp.org/en/frequencies/radiofrequency/in dex.html

[3] Resolução ANATEL nº 700/2018

[4] Resolução CONFEA nº 218/1973

[5] Resolução CONFEA nº 380/1993

[6] Lei Federal nº5.194/1966

[7] Lei Federal nº9.472/1997

[8] Constituição Federal de 1988

[9] Termina o leilão do 5G; veja as vencedoras, disponível em https://g1.globo.com/economia/noti cia/2021/11/04/vencedoras-do-leilao-do-5g.ghtml?utm_source=chatgpt.com

[10] Gratuidade do direito de passagem de infraestrutura de telecomunicações é constitucional, dispo nível em https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=460758&ori=1 [11] Municípios pedem ao STF para entrar na guerra das torres de celular, disponível em https:// www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2025/01/municipios-pedem-ao-stf-para-entrar-em-guerra–das-torres-de-celular.shtml?pwgt=kh671ktqvdms3g3ujjycnoaof5yff05sav46bxat16kuia6a&utm_ source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwagift

[12] Abrintel rebate Conexis no STF sobre limites na disposição de torres, disponível em https://telesin tese.com.br/abrintel-rebate-conexis-no-stf-sobre-limites-na-disposicao-de-torres/

[13] Lei Federal nº 13.116/2015

[14] STF restabelece compartilhamento de torres por empresas de telecomunicações, disponível em https://noticias.stf.jus.br/postsnoticias/stf-restabelece-compartilhamento-de-torres-por-empresas–de-telecomunicacoes/

[15] Edital de Licitação nº 1/2021-SOR/SPR/CD-ANATEL, disponível em https://www.gov.br/anatel/pt-br/ assuntos/5G/leilao-de-espectro-5g

[16] Resolução CONFEA nº 1.073/2016

[17] Frequências de Celular: 5G, disponível em https://www.teleco.com.br/5g_freq.asp

 

Fonte: Potencia Multiplataforma

Por:

ENG. ELETRIC. DR. ROGÉRIO MOREIRA LIMA CLIQUE AQUI E VOLTE AO SUMÁRIO DIRETOR DE INOVAÇÃO DA ABTELECOM, COORD. DA CEEE E DA CAPA DO CREA-MA, PROFESSOR DO PECS/UEMA E MEMBRO DA AMC OCUPANTE DA CADEIRA Nº 54

ADV. JOSÉ ALBERTO LUCAS MEDEIROS GUIMARÃES MESTRANDO EM DIREITO PELO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO E INSTITUIÇÕES DO SISTEMA DE JUSTIÇA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (PPGDIR/UFMA)

Anatel destina três blocos, com onze canais, na faixa de 300 MHz para a TV 3.0

tv 3 0

Nesta semana, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou a Resolução 772/2025, que aprova o Plano de Atribuição, Destinação e Distribuição de Faixas de Frequências no Brasil (PDFF), onde destina partes da faixa de 300 MHz para os serviços de radiodifusão. Será nessas faixas que a TV 3.0 as emissoras implantarão a TV 3.0 no Brasil.

A resolução seguiu orientação do Ministério das Comunicações, que sugeriu o uso da faixa de 300 MHz para a transição para o novo modelo de TV digital. Segundo Wilson Wellisch, a sugestão evitou a destinação da faixa de 600 MHz para o novo modelo de televisão aberta brasileiro.

Mas a resolução da Anatel não acatou integralmente o pleito das grandes associações setoriais de radiodifusão, como ABERT, SET e Abratel,  que durante a consulta pública que discutiu o novo PDFF, solicitaram à agência reguladora a destinação e atribuição de frequências para a TV 3.0 dentro da faixa entre 216MHz a 470MHz.

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Segundo a agência, a aprovação da atribuição da faixa de 300 MHz para a TV 3.0 é resultado dos debates realizados pelo Subgrupo de Trabalho (SGT) de Tecnologia do Grupo de Trabalho (GT) TV 3.0, que reúne especialistas e representantes do setor para definir os parâmetros técnicos e as diretrizes para a adoção da nova tecnologia no país.

Foram definidos três blocos, que segundo o PDFF ficam reservados para 11 canais de TV 3.0, conforme a tabela abaixo. Mas a Anatel alerta que será necessário um trabalho de refarming da faixa e limpeza do espectro, com liberação das estações que hoje são ocupadas pelas operadoras de serviços privados (SLP) e telefonia fixa (STFC), cujos direitos de exploração vão até além de 2033. Por isso, o PDFF prevê que estas faixas não sejam mais licenciadas e nem tenham autorização de uso prorrogada.

Bloco

1

2

3

Faixa

(231 – 237MHz)

(250 – 292MHz)

(345 – 363,5MHz)

Nº Canais de 6MHz

1

7

3

Total Estações SLP

17

5883

48

Total Estações STFC

21015

Total de Estações

17

26898

48

Fonte: Análise do conselheiro Vinícius Caram

A TV 3.0

A TV 3.0 é um novo padrão da TV aberta, que integra os atuais canais de televisão com a internet. A proposta prevê que não haverá mais canais, mas apenas aplicativos nos aparelhos. A migração será gradativa, com início nas grandes capitais.

A imagem melhora, saindo do padrão atual da TV Digital com Full HD, para 4k ou até 8k. O contraste também vai ser aprimorado, por meio de tecnologias de HDR (High Dynamic Range).

 

Fonte: Teletime

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Anatel realiza seminário internacional sobre convergência digital

ANTEL
Encontro é voltado à inovação, regulação e soberania digital

AAgência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por meio de seu Conselho Consultivo, promoverá o seminário internacional “Convergência Digital: O Papel Multissetorial na Regulação das Telecomunicações” no dia 10 de fevereiro (segunda-feira), das 8h30 às 19h30, na sede da Agência em Brasília (Sala de Reuniões do Conselho Diretor, Bloco E, segundo andar).

O encontro, que abordará a concepção e operacionalização de uma infraestrutura pública digital eficiente e resiliente no Brasil — alinhada aos princípios de soberania digital e às melhores práticas internacionais de governança tecnológica —, contará com painéis sobre temas como a implementação de estratégias para atrair investimentos em data centers, conectividade e sustentabilidade, redes inteligentes e conectividade urbana, além do papel da Inteligência Artificial nas telecomunicações.

Segundo o presidente do Conselho Consultivo da Anatel, Leonardo Bortoletto, “estas discussões são cruciais para posicionar o Brasil como um hub de inovação tecnológica, promovendo uma ‘innovation-friendly regulation’ (regulação favorável à inovação)”.

O evento oferecerá uma plataforma única para a troca de experiências entre especialistas nacionais e internacionais, reguladores, legisladores, universidades e centros de pesquisa, além de representantes da indústria, de empresas de economia digital, de empresas de telecomunicações e da sociedade civil.

Na opinião do conselheiro Fabrício Alves, “em um cenário em que a convergência digital trouxe desafios sem precedentes, uma abordagem participativa e multissetorial é essencial para formular estratégias regulatórias inovadoras que atendam às necessidades de um setor em constante evolução”. Alves preside os Comitês de Estudos e Propostas de Governança de Inteligência Artificial em Telecomunicações e de Avaliação e Acompanhamento da Regulação de Plataformas Digitais e Telecomunicações do Conselho Consultivo.

As inscrições podem ser feitas por meio deste formulário O seminário será transmitido ao vivo pelo canal da Anatel no Youtube.

SEMINÁRIO INTERNACIONAL: Convergência Digital – O Papel Multissetorial na Regulação das Telecomunicações

Programação do Evento

08h30 – 09h30 | Welcome Coffee e Credenciamento

09h30 – 10h00 | Mesa de abertura:
– Presidente Carlos Baigorri (Presidente da Anatel)
– Presidente Leonardo Bortoletto (Presidente do Conselho Consultivo)
– Ministro Juscelino Filho (Ministro de Estado das Comunicações)

10h00 – 10h30 | Aula Magna: tema: Experimentalismo institucional e transformação digital no setor de telecomunicações
– Conselheiro Alexandre Freire (Membro do Conselho Diretor da Anatel)

10h30 – 11h00 | Palestra Internacional:
– Tea Mustac (Especialista em IA e Privacidade, coautora da obra AI Act Compact)

11h00 – 12h00 | Painel 1 (Mesa Redonda) – “Infraestrutura Pública Digital: Atratividade para Data Centers e Desenvolvimento Econômico”
– Senador Eduardo Gomes (Senado Federal)
– Igor Marchesini Ferreira (Assessor Especial do Ministro da Fazenda)
– Marcelo Motta (Diretor de Cibersegurança e Soluções da Huawei)
– Alessandro Lombardi (Presidente da Elea Data Centers)
– Júlia Catão Dias (Coordenadora do programa de Consumo Responsável e Sustentável do Idec)
– Moderação: Conselheiro Fabrício da Mota Alves (Membro do Conselho Consultivo da Anatel)

12h00 – 13h30 | Intervalo para Almoço

13h30 – 14h30 | Painel 2 (Mesa Redonda) – “Conectividade Sustentável: Estratégias para Expansão da Infraestrutura Digital com Inclusão e Sustentabilidade”

• – Cristiana Camarate (Superintendente de Relações com Consumidores da Anatel)
– ⁠- Yasodara Cordova (Pesquisadora)
– Alessandra Lustrati (Chefe de Desenvolvimento Digital do Governo do Reino Unido)
– Moderação: Conselheiro Romero Guimarães (Membro do Conselho Consultivo da Anatel)

14h30 – 15h30 | Painel 3 (Mesa Redonda) – “Redes Inteligentes e Conectividade Urbana: Desafios e Oportunidades para as Telecomunicações”

– Diogo Oscar Borges Prosdocimi (Diretor de Concessões e Parcerias da Codemge)
– Luiz Henrique Barbosa da Silva (Presidente Executivo da Telcomp)
– Conselheiro Vinicius Caram (Membro Substituto do Conselho Diretor da Anatel)
– Moderação: Gesiléa Teles (Superintendente de Fiscalização da Anatel)

15h30 – 17h30 | Painel 4 (Mesa Redonda) – “Inteligência Artificial e Telecomunicações: Desafios Regulatórios e Oportunidades de Inovação”
– Samara Castro (Chefe de Gabinete da SECOM-PR)
– Laura Schertel Mendes (Professora do IDP)
– Bruno Bioni (Diretor DataPrivacy Brasil e Conselheiro Consultivo da ANPD)
– Ricardo Castanheiras (Vice-Presidente de Políticas Públicas e Relações Governamentais, Europa e América Latina Sony Music Entertainment)
– Nina da Hora (Diretora do Instituto Da Hora)
– Moderação: Conselheira Paloma Rocillo (Membro do Conselho Consultivo da Anatel)

17h30 – 18h30 | Sessão de Homenagens e Encerramento
Apresentação:
– Presidente Carlos Baigorri
– Presidente eleito Fabrício da Mota Alves

Homenageados:
– Ministro Juscelino Filho
– Senador Rodrigo Pacheco
– Senador Eduardo Gomes
– Presidente Leonardo Bortoletto

18h30 – 19h30 | Coquetel de Encerramento

 

Fonte: ANATEL