,

Reforma tributária pode trazer aumento de até 20% no preço da internet

Reforma tributária pode trazer aumento de até 20% no preço da internet

A Associação Brasileira de Internet (Abranet) estima que a aprovação da reforma tributária como está pode gerar um aumento de até 20% nos preços para o consumidor final. Em café da manhã com parlamentares em Brasília, associações representativas do setor de tecnologia da informação pediram por um tratamento igualitário para o segmento.

A Associação Brasileira de Internet (Abranet) estima que a aprovação da reforma tributária como está pode gerar um aumento de até 20% nos preços para o consumidor final -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)

A Associação Brasileira de Internet (Abranet) estima que a aprovação da reforma tributária como está pode gerar um aumento de até 20% nos preços para o consumidor final – (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

A expectativa é que o texto seja votado em plenário nesta quarta-feira (8/11). O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) disse que pretende incluir o setor dentro das alíquotas diferenciadas. “Apresentamos uma emenda para incluir o setor de tecnologia da informação nesta alíquota diferenciada. Vamos discutir isso no plenário até o último minuto”, declarou.

Os líderes das associações defendem a inserção do setor de serviços digitais, de internet, de inovação, de tecnologia da informação e de informática e congêneres na alíquota reduzida em 60% da alíquota padrão.

Segundo o diretor da Abranet, Eduardo Parajo, a possível aprovação do texto atual trará aumento de custos para o setor de TI e internet, pois vai aumentar os impostos na folha de pagamento das empresas e, consequentemente, o consumidor final será prejudicado com aumento de preços nos serviços digitais, como a internet.

“O impacto negativo será alto para a população. Esse aumento de impostos no setor vai acarretar um aumento dos custos da internet para o usuário final entre 15 e 20%. Infelizmente, esse impacto não está sendo observado na reforma”, avaliou Parajo.

Fonte: Correio Braziliense

,

Transparência é ponto-chave na regulação de IA, dizem especialistas

inteligencia artifical

Na audiência pública organizada na última terça-feira, 31, pela Comissão Temporária sobre inteligência artificial no Brasil (CTIA) do Senado Federal, especialistas apontaram que a transparência é um dos pontos centrais no debate da regulação de Inteligência Artificial no Brasil. Isso passa pelo acesso dos usuários às informações sobre os conteúdos criados pela tecnologia, para combater o uso de IA a serviço de objetivos e interesses escusos.

A preocupação com a transparência surge a partir do futuro período eleitoral por qual passará os 5.570 municípios brasileiros em 2024. “São 5.570 municípios em que o Estado vai precisar estar preparado para responder a esses desafios da inteligência artificial. Nós temos, enquanto Estado, que dar uma resposta. A integridade da democracia está sob ameaça e o relógio está contando para nós tomarmos alguma atitude. Não podemos deixar para ver no que vai dar”, disse Tainá Aguiar Junquilho, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

A pesquisadora da USP, Luciana Moherdaui, apontou como um problema concreto do uso inadequado de IA as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos. Segundo ela, o presidente Joe Biden anunciou nesta semana uma ordem executiva com recomendações do governo americano sobre sistemas de IA. Entre elas está a inserção de marcadores para indicar que as imagens ou vídeos foram criadas com inteligência artificial. O problema, na visão da professora, é que as campanhas não se dão somente em âmbito oficial, o que torna difícil esse controle.

Uma das principais preocupações no contexto eleitoral é com o deepfake, que consiste em criar e manipular imagens para que elas simulem, muitas vezes de maneira bem convincente, a realidade. Com esse recurso é possível fazer um vídeo de uma pessoa falando algo que ela não falou ou fazendo algo que não fez. Como exemplo, a diretora de Projetos do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), Celina Bottino, citou casos de vídeos falsos de candidatos ofendendo seus oponentes e até do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pedindo que os cidadãos se rendessem à Rússia.

Essa criação de conteúdos direcionados a alvos específicos também foi parte do alerta feito pela coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), Renata Mielli, que apontou a falta de transparência como uma das questões centrais no debate sobre inteligência artificial. Para ela, a falta de informações sobre a origem e o mecanismo de processamento dos dados leva a uma ruptura no sistema de confiança entre sociedade e informação.

O lado bom da tecnologia também foi levantado. Diretor-Geral do Instituto Liberdade Digital (ILD), Diogo Rais lembrou que há inúmeras possibilidades em que a IA pode facilitar o ideal democrático de que as mensagens cheguem aos cidadãos. A dificuldade está em combater o desvirtuamento dessa ferramenta.   O debate aconteceu para discutir o teor do projeto de lei 2.338/2023, que dispõe sobre as regras de uso da Inteligência Artificial no Brasil, apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

(Com informações da Agência Senado)

,

Licença para rede privativa pode abrir portas para Telebras ser operadora móvel estatal

licensa rede privativa

Está nas mãos da Anatel uma decisão que pode abrir as portas para a Telebras se tornar, no futuro, uma operadora móvel estatal. No projeto de construção da rede celular privativa do governo federal foram incluídas entre as especificações, a pedido do Ministério das Comunicações, que haja interoperabilidade com as redes públicas; plano de numeração pública; e direito a roaming. Se assim for feito, essa rede privativa terá todos os “poderes” de uma rede pública móvel, só que estatal, sob o controle e gestão da Telebras.

Isso acendeu um sinal de alerta dentro das operadoras móveis, que entraram com recurso na Anatel contra essas especificações. O assunto está sob análise da Procuradoria Federal Especializada (PFE) junto à agência, que dará a sua opinião nas próximas semanas. A decisão final ficará com o conselho diretor da agência reguladora.

A princípio, a licença para a rede privativa do governo federal seria nos moldes do SLP (Serviço Limitado Privado), e abrangeria somente o Distrito Federal, com previsão de instalação de 215 sites que vão operar em um bloco de 5 MHz na faixa de 700 MHz e atender a 150 mil linhas móveis. Porém, com as especificações adicionais solicitadas pelo Ministério das Comunicações, essa licença ganharia características típicas de Serviço Móvel Pessoal (SMP), aquela usada pelas operadoras de telefonia celular em redes públicas –  Claro, Vivo, TIM etc. Outra dúvida no ar é se a licença terá caráter primário ou secundário, o que faz toda a diferença para uma eventual comercialização dos serviços.

Segundo fontes que acompanham o assunto, o governo tem dado sinais de que teria interesse em “reeguer a estatal” e transformá-la em uma operadora móvel para atender não apenas órgãos governamentais, mas, eventualmente, atuar como uma operadora de rede neutra para players privados.

“Mas se a Telebras virar uma operadora competitiva, 5 MHz não serão suficientes. Aí precisaríamos olhar outra faixa. Talvez haja espaço em 800 MHz”, comenta uma fonte em conversa com Mobile Time. “Se a Telebras receber uma licença em caráter primário, poderia até virar uma operadora neutra móvel para ISPs e outras teles”, acrescenta. O problema regulatório em torno de uma outorga especial para a rede celular privativa do governo federal está sendo discutido há cerca de um ano e já havia aparecido em debates no MPN Fórum, em novembro de 2022.

RFPs

As RFPs (pedido de propostas) para a construção da rede celular privativa do governo federal já foram lançadas e os prazos para entrega de propostas vencem ao longo do mês de novembro. São quatro RPFs: plataforma de comunicação crítica; core e rede de acesso; rádios micro-ondas para backhaul; e roteadores. A expectativa é de que haja bastante interesse dos fornecedores. O projeto está orçado ao todo em R$ 1 bilhão, incluindo também uma rede fixa nessa conta. Porém, se as especificações solicitadas pelo Ministério das Comunicações forem alteradas pelo conselho diretor da Anatel, as RFPs precisarão ser ajustadas, o que deve mudar todo o cronograma.

Análise

A possibilidade de a Telebras virar uma operadora móvel estatal competitiva, obviamente, desagrada os players privados, que investiram pesado em leilões de espectro, na construção e constante evolução de suas redes ao longo das últimas três décadas. A seus olhos, não parece justo ter que enfrentar da noite para o dia um competidor estatal, que contaria com a vantagem de ter o governo ao seu lado. Provavelmente, se imaginassem esse risco, os cálculos que fizeram para o leilão de 5G seriam diferentes.

Ao mesmo tempo, é também verdade que o mercado móvel vem passando por um processo de consolidação, após as vendas da Nextel e da Oi Móvel. O próprio presidente da Anatel reconhece a necessidade de se estimular um aumento da competição no setor, porém, não através de um player estatal, mas fomentando atores regionais, como foi perseguido ao se estruturar o leilão do 5G, que resultou nas vitórias de Brisanet, Unifique e Ligga.

Para o governo federal, controlar uma operadora móvel estatal poderia servir para conduzir o mercado de telecomunicações em alguma direção do seu interesse ou ocupar espaços que a iniciativa privada não ocuparia, como faz no financiamento habitacional com a Caixa Econômica ou no desenvolvimento de tecnologia para extração de petróleo em águas profundas com a Petrobras. Porém, dependendo do quão forte e competitiva for essa operadora, o tiro pode sair pela culatra, resultando na diminuição do interesse dos players privados no mercado brasileiro e na redução dos investimentos (Por Fernando Paiva).

Fonte: Mobile Time

,

MCom lança ConectaBR, plano para tornar acesso móvel disponível em todo o país

abtelecom

O Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, assinou no sábado, 21, em São Luis, o programa ConectaBR, de melhoria de qualidade e cobertura da banda larga móvel. Trata-se de uma iniciativa desenhada em conjunto com a Anatel que tem como finalidade ampliar a cobertura, melhorar a qualidade dos serviços, corrigir desigualdades regionais e facilitar o acesso a insumos essenciais. O programa é, na verdade, um ordenamento de várias medidas que já deveriam acontecer com o tempo, mas agora buscando de forma estruturada um objetivo comum. Veja aqui a íntegra do texto, publicado no Diário Oficial da União nesta segunda-feira, 23.

São várias iniciativas que compõem o ConectaBR. Uma delas é a chamada Blitz de Qualidade, que busca identificar os pontos de maior necessidade de melhorias. Também haverá iniciativas de ampliação de cobertura em favelas e áreas rurais por meio de autorizações, obrigações de fazer e TACs com as operadoras; definição pactuada de requisitos de qualidade (por exemplo, exigência mínima de 100 Mbps de download no 5G e 10 Mbps no 4G, em 95% das medições; medidas de ampliação de cobertura, por exemplo com o uso de conectividade via satélite e FWA; e iniicativas de melhoria de qualidade, com o desligamento de serviços em tecnologias legadas (como 2G e 3G) para serem substituídas por 4G e 5G.

Também estão no horizonte das medidas que entram no ConectaBR a facilitação de acesso a insumos como espectro e torre, com estímulo a transferência e compartilhamento de espectro, uso secundário e oferta no atacado; novas licitações de espectro abaixo de 1 GHz e entre 1 GHz e 7 GHz; e a criação de um selo de qualidade para as operadoras.

O que o ministério busca, em essência, é a universalização do acesso móvel em todo o território nacional, ampliação no número de ERBs e melhoria da qualidade percebida nos serviços. Os resultados, espera o ministério das Comunicações, são esperados para 2023 ainda.

O ministério ainda não estabeleceu as metas e nem a forma de se chegar aos objetivos dispostos na Portaria Nº 10.787. Estas medidas, segundo apurou este noticiário, serão agora detalhadas pela Anatel, que está trabalhando para criar as medidas regulatórias necessárias para viabilizar o programa.

Fonte: Teletime

,

Anatel lança portais sobre prevenção a fraudes e alfabetização digital

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) lançou nesta terça-feira (17/10) dois portais para auxiliar os consumidores a evitar fraudes e a utilizar melhor os serviços digitais à sua disposição. No portal https://www.gov.br/anatel/pt-br/assuntos/dicas-contra-fraudes, estão disponíveis informações sobre fraudes (o que são, como evitá-las e resolvê-las), bem como dicas de segurança e privacidade, divididas por temas. De acordo com o superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Gustavo Borges, as dicas serão atualizadas periodicamente. “As fraudes mudam de semana para semana. Por isso, é preciso estar sempre alerta e vigilante”, disse. Já no portal https://www.gov.br/anatel/pt-br/consumidor/habilidades-digitais, a Agência disponibiliza material informativo, tutoriais e cursos on-line gratuitos para melhorar as habilidade de utilização das tecnologias digitais, bem como dicas de segurança das crianças no mundo digital. “A boa notícia é que essas habilidades podem ser aprendidas por qualquer pessoa, independentemente de sua idade ou nível de experiência”, afirmou a superintendente de Relações com Consumidores, Cristiana Camarate. O conselheiro Alexandre Freire destacou que os portais integram um conjunto de iniciativas da Agência para a promoção da conectividade significativa, ou seja, o melhor uso da internet e das plataformas digitais. “A conscientização dos cidadãos é essencial”, destacou. O lançamento dos portais faz parte da campanha Outubro CiberSeguro, promovida pela Anatel com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância de proteção e combate às ameaças on-line. Também com este objetivo, serão realizados dois eventos: um em 25 de outubro, sobre dicas de segurança no ambiente digital, e outro em 31 de outubro, sobre conscientização a respeito de furto e roubo de celulares Ainda dentro da programação da campanha, está prevista a realização de mais uma campanha do Movimento #FiqueEsperto, por meio da qual são enviadas mensagens com dicas de segurança aos consumidores e publicados posts nos canais institucionais dos parceiros da iniciativa.

Agência divulga informações sobre como evitar fraudes e usufruir do ambiente digital de forma mais segura

A  Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) lançou nesta terça-feira (17/10) dois portais para auxiliar os consumidores a evitar fraudes e a utilizar melhor os serviços digitais à sua disposição.No portal https://www.gov.br/anatel/pt-br/assuntos/dicas-contra-fraudes, estão disponíveis informações sobre fraudes (o que são, como evitá-las e resolvê-las), bem como dicas de segurança e privacidade, divididas por temas. De acordo com o superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Gustavo Borges, as dicas serão atualizadas periodicamente. “As fraudes mudam de semana para semana. Por isso, é preciso estar sempre alerta e vigilante”, disse.

Já no portal https://www.gov.br/anatel/pt-br/consumidor/habilidades-digitais, a Agência disponibiliza material informativo, tutoriais e cursos on-line gratuitos para melhorar as habilidade de utilização das tecnologias digitais, bem como dicas de segurança das crianças no mundo digital. “A boa notícia é que essas habilidades podem ser aprendidas por qualquer pessoa, independentemente de sua idade ou nível de experiência”, afirmou a superintendente de Relações com Consumidores, Cristiana Camarate.

O conselheiro Alexandre Freire destacou que os portais integram um conjunto de iniciativas da Agência para a promoção da conectividade significativa, ou seja, o melhor uso da internet e das plataformas digitais. “A conscientização dos cidadãos é essencial”, destacou.

O lançamento dos portais faz parte da campanha Outubro CiberSeguro, promovida pela Anatel com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância de proteção e combate às ameaças on-line. Também com este objetivo, serão realizados dois eventos: um em 25 de outubro, sobre dicas de segurança no ambiente digital, e outro em 31 de outubro, sobre conscientização a respeito de furto e roubo de celulares

Ainda dentro da programação da campanha, está prevista a realização de mais uma campanha do Movimento #FiqueEsperto, por meio da qual são enviadas mensagens com dicas de segurança aos consumidores e publicados posts nos canais institucionais dos parceiros da iniciativa.

Fonte: ANTEL

Reflexões sobre A Comunicação Organizacional em tempo da IA

inteligencia artificial e comunicacao organizxacional

Por Paulo Sérgio Galvão

 

A construção da realidade, decorrente das ações humanas que é, sempre dependeu do recurso a uma forma qualquer de linguagem. E a sua compreensão, teve como chave indispensável, o universo do discurso, da palavra e da linguagem, inerentes ao ser humano, sendo de notar que a comunicação não significa apenas a passagem da informação, posto que é essencial que se considere o sentido e as significações, sem o quê não seriam apreendidos em profundidade nem as identidades individual e coletiva, nem o simbólico organizacional.

É que todo discurso, palavra ou documento escrito, se insere na esfera do agir, do fazer, do pensar, do sentir, originando o conceito de comunicação como “a transferência e compreensão de significados entre pessoas, através da linguagem escrita ou falada, por gestos, olhares e expressões.  É uma troca de informações, compreensão e sentimentos”. E entendo que o conceito continua válido.

Em consequência, outras questões precisam ser consideradas, tal como o psiquismo na comunicação, também fundamental para ser viabilizada. Veja-se, por significativo, a dimensão do afeto, reprimido através de valores sociais preconceituosos impostos, como exposto a seguir.

Da concepção ao nascimento, em regra permeados pelo amor, o bebê, ao crescer, sofre a transformação da relação afetiva de seus pais, que iniciam o processo de impedimento da expressão espontânea desse afeto, como faziam exemplo: “menino não chora”; “menino não faz carinho em outro menino”; “menina não bate em menino”. A dimensão normativa em substituição da afetiva como preponderante.

Com o início da vida escolar, a dimensão cognitiva é agregada ao processo, de forma sistematizada e estimulada, impulsionando o ser humano à valorização do conhecimento intelectual competitivo, tudo em detrimento das expressões afetivas, relegadas a terceiro plano, ou totalmente substituídas.

Na vida adulta, qualquer contato físico entre as pessoas passava ser visto como um comportamento sexualizado, nunca como uma demonstração afetiva (homem fazendo carinho em colega era visto como sinônimo de homossexualidade e, em colega do sexo feminino, visto como interesse físico, posto que homem e mulher nunca poderiam ser somente amigos). Veja-se a reação de alguns segmentos da sociedade às mudanças atuais desses entendimentos, com a exposição de relações homossexuais, por exemplo.

Em verdade, além do impedimento da livre expressão do afeto entre as pessoas, sofríamos também dificuldades de o extravasar nas nossas relações com o lazer, com o trabalho, e até conosco mesmo, trazendo à reflexão se com a industrialização, com a visão mecanicista do mundo, o desenvolvimento dos capitalismos industrial e financeiro, o ser humano foi sendo moldado para ser uma máquina de trabalho que, como tal, não pensava, não sentia, não tinha afeto.

Essa visão antiga, pode ter sido boa para a indústria daquele modelo predominante no século XX, mas certamente, sempre foi péssima para o ser humano, que, em sua complexidade, precisa ser visto como um todo; e que, para estar bem, não pode dissociar-se em nenhuma de suas partes.

A percepção do prazer no trabalho é fundamental para a interação saudável do ser com o mundo.  E, para que isso ocorra, seria importante que o ser humano modificasse a forma aprendida, para deixar fluir livremente sua afetividade, pois ao conseguir isto, poderia perceber melhor a si mesmo e encontrar formas mais prazerosas de viver, inclusive no trabalho, onde passa grande parte de sua vida.

E esta percepção da importância da qualidade de vida, implicaria em mudança de tal ordem, que seguramente traria vantagens para a sociedade, na medida em que profissionais trabalhando com prazer, por prazer, vinculados afetivamente ao produto do seu trabalho, produziriam com mais e melhor qualidade, porque produção que se iniciaria e se completaria no homem.

As mensagens negativas, dando origem a “fantasmas”, provocantes dos medos de rejeição social e/ou fracasso profissional, poderiam ser mais bem trabalhadas e/ou evitadas, se associadas à emoção.

Essas reflexões têm quase que dimensão histórica em face das enormes transformações em curso, aceleradas pela pandemia. De qualquer forma, far-se-ia necessário, por tudo isso, enfatizar dinâmicas de relacionamentos intra e interpessoais e inter-grupais, que possam responder aos desafios deste novo século XXI.

Cabe responder se as mesmas dinâmicas pensadas e desenvolvidas no século passado, que passam pelo enfrentamento dos medos infantis, do saber ouvir, da realização de feedbacks sem censura, do alcance da abertura pessoal, do desenvolvimento e integração de equipes, do entendimento dos diferentes estilos de comunicação, seriam capazes de dar respostas adequadas às novas demandas.

Vale notar que a percepção da realidade influencia o processo de comunicação, porque “Perceber é a capacidade de captar e interpretar os estímulos do meio ambiente”, segundo nossa maneira singular. Piaget, a afirmou egocêntrica porque vinculada à posição física e situação cultural de cada um em relação ao objeto e ao fato.

A interpretação é então baseada nos valores de cada um, decorrentes da experiência, dos pressupostos, das necessidades, enfim, da “história de vida” pessoal. E esta visão particular/singular, influencia a acuidade na percepção da realidade.

Restaria perguntar: O que é realidade?  – A situação real, independente da interpretação e do juízo de valor. “Seria aquilo que naturalmente existe”.

E a questão que se põe é: Realidade é aquilo que “conseguimos ver”? Para que se possa colocar a “distorção da realidade” posto que é uma parte que “percebemos”, mas não existe.

Finalmente, o “real percebido” – é a parte da realidade total que conseguimos perceber, tal como ela se apresenta, de forma coerente, sem distorções.

De qualquer forma, o que vale considerar, é que no dia a dia, seja na comunicação, seja no relacionamento interpessoal, poderia haver “distorções da realidade”, levando à percepção de parcela restrita da realidade do outro, dificultando a apreensão do todo.

Seria recomendável, portanto, para aumentar a eficácia da comunicação, a “checagem” das nossas percepções sobre o fato, para verificar se elas estão coerentes com a percepção do grupo, gerando interação mais eficaz, melhor relacionamento, onde poder-se-ia realizar melhor a “soma das diferenças”

Feitas essas considerações cabe perguntar onde estamos e para onde vamos, nessa sociedade pós-industrial, caracterizada por IoT, celulares, computadores pessoais, trabalhos remotos, Chats, Bard, IA, e outras tecnologias modificadoras radicais da sociedade, de velocidades inovadoras nunca experimentadas pelo ser humano.

Apesar da afirmação de Heráclito, há mais de vinte séculos, de que “a única constante é a mudança”, jamais teve a rapidez e a profundidade de nossos dias.

Na tentativa de responder, vejo-me limitado pelos meus condicionantes acima expostos. Poderá a inteligência artificial, com seus algoritmos, responder àquelas dimensões de humanidade, ou essas já não são importantes?

Seremos totalmente substituídos pela IA, ou ainda teremos chance de sobreviver?

Um sistema de informações gerenciais, que começava com elementos aleatórios, identificadores em forma bruta e que, por si só, não conduziam à compreensão, os dados, que necessitavam serem trabalhados para virarem informações relevantes (conjuntos de dados sistematizados), e gerarem decisões, com ações consequentes e resultados buscados, tudo instrumentalizado pelo controle e avaliação, terá espaço em modelo que já traz a recomendação do que deve ser feito?

Ou a tecnologia do processo de comunicação, a partir da ideação (ideia voltada para ação e seu resultado), a sua codificação, a transmissão através de canal adequado, para recepção e decodificação pelo receptor alvo, para gerar ação e o resultado pretendido, com feedback realimentador do processo, também será inviável?

Etapas que necessitavam passar pela elocubração dos gestores, responsáveis pelos processos decisórios, exigindo-lhes atenção aos fatores interferentes nesses processos, como os ruídos provocados pelo emissor, a falta de clareza nas ideias (ou seriam para o receptor aperfeiçoar), a comunicação múltipla (dissociação ente a fala e a linguagem do corpo), os problemas de codificação, a timidez/inibição, a suposição acerca do receptor, os vícios de linguagem.

Ou os ruídos decorrentes do receptor, a credibilidade na fonte, a avaliação prematura (antes da ideia ser totalmente apresentada ou compreendida), o desinteresse, a preocupação com resposta imediata, a filtragem distorcida, o comportamento defensivo, a atribuição de intenções “escondidas”, os preconceitos e estereótipos (aparência, origem social, …).

Ou ainda, a rivalidade, a diferença de status/hierarquia, a tensão o domínio do assunto, as experiências anteriores, o envolvimento emocional, os interesses, a motivação, o clima organizacional, a complexidade dos canais, as pressões internas e/ou externas, o desejo de se mostrar, a ansiedade/angústia, entre outros possíveis.

Que, ao ocorrerem poderiam mudar o conteúdo, a forma, a compreensão da mensagem. E como ficamos em um mundo de certezas algoritmizadas, mas artificiais, entendo eu, por serem amparadas na racionalidade apenas. Será que atenderão às necessidades do ser humano, bio-psico-social?

Responderão às questões essenciais à construção do “EU”? Responderia às questões de quem sou eu? Ou quem eu deveria ser? Ou qual é o meu negócio/objetivo na vida? Ou o que estou fazendo aqui?

Se perceber é a capacidade de captar/interpretar estímulos do meio ambiente e é egocêntrico porque vinculado à posição física e à situação cultural de cada um em relação ao objeto ou fato e a interpretação baseia-se nos valores de cada um, porque decorre das experiência/pressupostos/necessidades da história pessoal, como nós seres humanos ficaremos? Perdidos, capturados, nessa teia que se desenrola, meros coadjuvantes cumpridores de ordens racionais estigmatizadas?

Acrescento aqui, as palavras de Geoffrey Hinton, psicólogo cognitivo e cientista da computação, padrinho da IA, ao se demitir do Google:

“Cheguei à conclusão de que o tipo de inteligência que estamos desenvolvendo é muito diferente da inteligência que temos. Somos sistemas biológicos, e estes são sistemas digitais. E a grande diferença é que com os sistemas digitais, você tem muitas cópias do mesmo conjunto de pesos, o mesmo modelo do mundo.”

Parece que não consegui chegar a qualquer lugar seguro, mas fica à reflexão de quem tiver interesse e tempo para pensar e quiser tentar responder às questões suscitadas.

E eu, paro aqui!

 

PAULO-SERGIO-GALVaOPaulo Sérgio de Almeida Galvão é mestre em Sistemas de Gestão Integrados, pelo LATEC/UFF, com larga experiência no setor eletroeletrônico, onde coordenou por mais de 15 anos os grupos temáticos de O&G e Indústria Naval. Exerce atualmente o cargo de Diretor de Planejamento da Associação Brasileira de Telecomunicações (ABTelecom). Também é coordenador nacional do grupo informal Brasil-Arábia Saudita sobre produção conjunta de semicondutores.

,

Anatel recebe mais de 600 contribuições sobre deveres de usuários de redes

A Anatel recebeu 627 contribuições de players de diferentes elos da cadeia da Internet durante a Tomada de Subsídios nº 13/2023, sobre os deveres de usuários das redes de telecom.

O processo é elemento do debate sobre a regulação do ecossistema digital. Nesta quarta-feira, 11, uma consolidação das contribuições à tomada foi apresentada pela agência reguladora – ainda que sem indicação efetiva sobre caminhos a serem seguidos para a regulação (ou não) das big techs ou contribuição dessas empresas nos investimentos em redes.

Certo até o momento é a realização de uma segunda tomada de subsídios, provavelmente entre o final de novembro e meados de dezembro, afirmou o superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel, Nilo Pasquali. Na ocasião, serão apontados os problemas identificados pela agência nesta primeira tomada e avaliações de medidas possíveis.

A primeira consulta à sociedade mobilizou uma série de operadoras e entidade de telecom de diversos portes, além de sociedade civil, academia, governos e aquilo que a Anatel chamou de grandes geradores de tráfego (ou GGTs), representados pelas big techs. Como era de se esperar, as grandes plataformas e as empresas de telecom apresentaram visões distintas sobre os deveres de grandes usuários de redes.

A própria visão de competição e substituibilidade entre serviços tradicionais das operadoras e serviços de valor adicionado (SVAs) representados pelas aplicações de Internet foi motivo de entendimentos distintos. Enquanto as teles veem o cenário como desequilibrado a favor das big techs, estas apontam situação de complementaridade e “ganha ganha” entre as cadeias, com a legislação concorrencial dando conta de eventuais falhas de mercado.

Outra questão suscitada pelas grandes plataformas – bem como por órgãos de defesa do consumidor e mesmo provedores regionais – foi a limitação de competências da Anatel para regular as aplicações de Internet, seja sob luz da Lei Geral de Telecomunicações (LGT) ou do Marco Civil da Internet. A agência tem cogitado interpelar as big techs pelo papel das empresas como grandes usuárias de recursos de redes.

svg%3E

O modelo para operacionalizar uma eventual contribuição da cadeia, contudo, ainda segue em aberto. Fora a contribuição direta às teles, um ponto citado pelo assessor da superintendência de Planejamento e Regulamentação da Anatel, Roberto Hirayama, seria modelo norteado por arbitragens conduzidas pela Anatel entre operadoras e big techs.

Outro risco no radar seria como garantir que eventuais pagamentos das big techs se destinassem efetivamente aos investimentos em rede, indicou o assessor. Neste sentido, um modelo de contribuições similar ao do Fust poderia garantir o direcionamento adequado dos recursos, sinalizaram os técnicos da Anatel.

 

Fonte: Teletime

,

CTIA do Senado vai discutir implicações da inteligência artificial no Brasil

senado-federal

Comissão Temporária sobre Inteligência Artificial (CTIA) aprovou em sua última sessão, requerimento do senador Eduardo Gomes (PL-TO) que propõe a realização de uma série de audiências públicas para debater IA e as implicações do seu uso no Brasil. As datas dos debates ainda serão agendadas pela secretaria da comissão.

O colegiado discutirá temas como o uso da IA nas eleições e o impacto da IA no cibercrime. Gomes também propôs debater o PL 2.338/2023, de autoria do presidente Rodrigo Pacheco, que regula o uso da inteligência artificial no Brasil. Entre os aspectos apontados no texto de Pacheco, está a designação, pelo poder Executivo, de uma entidade competente para zelar pela implementação e fiscalização da futura legislação.

A CTIA foi criada para examinar os projetos relacionados à inteligência artificial. Composta por 13 senadores e igual número de suplentes, a comissão é presidida por Carlos Viana (Podemos-MG) e tem Eduardo Gomes como relator. A vice-presidência é ocupada pelo senador Marcos Pontes (PL-SP).

Fonte Teletime com informações da Agência Senado

,

Anatel participa de painel sobre Inteligência Artificial

antatel Inteligencia Artificial

O

conselheiro diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Alexandre Freire apresentou benefícios da implantação de sistemas baseados na Inteligência Artificial (IA) no Supremo Tribunal Federal (STF) que, entre os 24 mil processos em trâmite, permite identificar e agrupar temas ou recursos similares, o que facilita o direcionamento de esforços do Tribunal às questões de maior impacto social. Outro avanço, segundo ele, foi a identificação de temas repetitivos em relação a julgados. A apresentação aconteceu nesta quinta-feira (5/10) no Futurecom, o principal evento de telecomunicações do País, realizado na cidade de São Paulo.

As discussões no STF para a modelagem dos algoritmos a serem usados nos sistemas de IA, com tratamento de questões relativas à segurança e vieses que poderiam gerar resultados indesejados também foram citadas por Freire. O conselheiro da Anatel foi assessor de ministros do Supremo entre 2014 e 2019. Os projetos em relação à IA no Tribunal foram iniciados na gestão de Cármen Lúcia e aperfeiçoados nas gestões de Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber.

O superintendente executivo da Anatel, Abraão Balbino, considera que, apesar dos benefícios e das discussões sobre os riscos da IA, ainda não é o momento de uma legislação ou regramento. Abraão coordenou o Grupo de Trabalho da União Internacional de Telecomunicações (UIT) cujas atividades resultaram na Resolução 214, que em 2022 incluiu as tecnologias relacionadas à IA nas atividades da organização, e na criação do AI Repository, um espaço colaborativo e aberto com informações de projetos relacionados à tecnologia.

Abraão também mencionou o Grupo de Trabalho de Inteligência Artificial, criado por iniciativa do conselheiro Freire, que busca promover e monitorar o uso de IA nos sistemas da Anatel e ampliar a competência do órgão regulador de telecomunicações no tema. Segundo ele, “o sistema digital está em evolução e precisa de uma análise muito bem estruturada”. Sobre a regulação da IA, afirmou que a “deve ser feita com base em evidências”. Para ele, a legislação ou regramento não deve travar ganhos de produtividade e competência oriundos da tecnologia.

Freire e Abraão participaram do painel “Muito além da ficção científica: os usos éticos da IA, os impactos da IA generativa, a evolução dos debates em torno do Marco Regulatório e as aplicações disruptivas para a sociedade”.

Anatel no Futurecom 2023

Nesta quinta-feira (5/10), Balbino também participou do Painel “Usos de frequência do 5G, os novos entrantes, as decisões (e desdobramentos) em torno dos 700MHz”; o superintendente de Fiscalização da Anatel, Hermano Tercius, participou do painel “Segurança pública e a proteção de dados do cidadão”; a gerente de Interações Institucionais, Satisfação e Educação para o Consumo, Isadora Firmino, participou do “Como a conectividade pode transformar a vida do cidadão e impactar na economia e melhorar as questões socioambientais”; e o gerente de Universalização e Ampliação do Acesso, Eduardo Jacomassi, participou do “Educação e conectividade – implementação da ferramenta considerada a mais completa, abrangente e complexa de aprendizado do mundo”.

A Anatel também está presente no Futurecom 2023 em estande compartilhado com a União Internacional de Telecomunicações (UIT) e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Uma equipe da Anatel está à disposição para esclarecer dúvidas sobre as atribuições da Agência, especialmente em relação à certificação de produtos de telecomunicações.