Operadoras de TV por assinatura barram proposta da Anatel para TV Box
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vem fechando o cerco contra as famosas TV Boxes, que são aquelas caixinhas para transmissão de conteúdo, bastante utilizadas na pirataria. Além de monitorar os canais de IPTV ilegais e a venda de contrabando, o órgão do governo também vem propondo multas e mudanças na legislação. E uma das propostas não foi aceita pelas operadoras e fabricantes do setor de TV por assinatura.
A Anatel vem realizando uma consulta pública para definir quais os requisitos para avaliação e certificação de um produto para que ele seja considerado uma smart TV Box oficial. Segundo o texto, a verificação de softwares e aplicativos ilegais nos equipamentos seria realizada por organismos de certificação, previamente à homologação.
Contudo, as operadoras Claro, Vivo e a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) questionaram se isso realmente é a medida apropriada para diminuir a pirataria. “Os associados da ABTA entendem que a melhor ferramenta para combater a comercialização e o uso desses equipamentos é mesmo a interrupção de seu funcionamento a partir dos provedores de conexão brasileiros. Essa medida reduzirá a demanda, e por consequente, a oferta das smart TV boxes ilegais no país”, afirmou a entidade, segundo o Teletime.
“Nem sempre a smart TV box virá com aplicações ilegais embarcadas de fábrica ou conterá essas aplicações no momento da avaliação da conformidade. Essas aplicações que violam direitos autorais podem ser sempre instaladas pelo comerciante ou pelo próprio usuário posteriormente”, destacou a ABTA.
A Roku, que também é um importante player no setor de smart TV Boxes, também criticou o texto. “Seria excepcionalmente difícil, se não impossível, até mesmo para um provedor legítimo de serviços de streaming, fazer a certificação proposta pela Anatel.” E a própria Roku disse, que, mesmo com sua política de combate à piratariam, não consegue monitorar em tempo todos os conteúdos de seu aplicativo.
“Como resultado, as empresas que oferecem produtos e serviços legítimos podem ser banidas do mercado brasileiro, pois não pode haver garantia prática de que cada parte do conteúdo disponível a cada momento em uma loja de aplicativo tenha sido legalmente carregada.”
Por outro lado, os produtores de conteúdo que estão na campanha global da Motion Picture Association of America (MPAA) contra a pirataria, e na Simba Content (joint venture do SBT, RedeTV! e Record) apenas pediram alguns ajustes, entre eles, o uso de uma terminologia diferente de smart TV Box.
A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) apenas celebrou o fato de a Anatel ter deixado os televisores e computadores de fora dessa discussão.
Vale destacar também que, como resultado de outra consulta pública sobre pirataria em TV Boxes este ano, a Anatel vai aplicar multas mais caras para usuários de dispositivos ilegais no país. Os consumidores finais e microempresários individuais (MEIs) que estiveram violando a nova resolução terão que arcar R$ 110 caso sejam denunciados.
As empresas de grande porte que estiverem oferecendo ou comercializando as TV Boxes de forma que violem a resolução da Anatel, poderão ser multadas em até R$ 30 milhões.
Fonte: Canaltech
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