Anunciadas as primeiras empresas que farão lançamentos não governamentais a partir do espaçoporto de Alcântara
Durante a cerimônia, organizada pelo Comando da Aeronáutica, o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, destacou esse momento histórico para o Programa Espacial Brasileiro
O presidente da AEB, Carlos Moura, que participou da entrega de registro simbólico aos representantes das empresas selecionadas, juntamente com o chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, destacou a importância do momento para o Programa Espacial Brasileiro. “Após a ratificação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas pelo Congresso Nacional, este é mais um grande passo histórico para o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, com o objetivo de tornar o espaçoporto de Alcântara uma referência internacional, para lançamentos de vários países”, explicou.
Neste primeiro momento, três empresas americanas (Hyperion, Orion AST e Virgin Orbit) e uma canadense (C6 Launch) seguem para a fase de negociação contratual junto à Aeronáutica. O edital de chamamento público foi lançado em maio de 2020 pela Agência Espacial Brasileira e a FAB. Um segundo chamamento público (clique aqui para acessar), referente à utilização de outra área dentro do CLA, está em andamento desde o último dia 16 de abril.
A solenidade contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, ministros, parlamentares e embaixadores. Em seu discurso, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, destacou a importância do espaçoporto de Alcântara para o desenvolvimento do município maranhense, além das ações de governo voltadas à região, tais como a entrega de títulos de propriedade para comunidades que vivem próximas ao Centro de Lançamento e os avanços até aqui no setor espacial brasileiro. “Esse é um momento ímpar de alinhamento entre todos os setores para o desenvolvimento do nosso programa espacial. Muita coisa ainda vem aí. Nós lançamos, desde 2019, quatro satélites brasileiros e temos feito parcerias internacionais, como o programa Artemis, dos Estados Unidos”, declarou.
O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Baptista Júnior, lembrou a trajetória do Programa Espacial Brasileiro e as novas tecnologias que atraem investidores para o setor espacial. “A miniaturização de satélites, a incorporação de soluções inovadoras, ampliação de serviços e presença cada vez mais marcante da iniciativa privada fazem o newspace se avizinhar como a nova fronteira da exploração do espaço. Observa-se, hoje, um crescente interesse pela atividade, que demonstra a confiança do investidor no futuro do setor, tão presente em soluções, em produtos e serviços para a vida cotidiana”, disse.
O evento também lembrou a importância da aprovação, pelo Congresso Nacional, do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) com os Estados Unidos. O AST autoriza que equipamentos contendo componentes americanos, o que significa cerca de 80% do mercado, sejam lançados do Brasil, uma vez que nosso país garante a proteção de suas tecnologias.
Centro Espacial de Alcântara
O Centro Espacial de Alcântara (CEA) é considerado a “janela brasileira para o espaço”. Para fins de exploração espacial, o Centro, composto pelas instalações em Alcântara (CLA) e em Natal (Centro de Lançamento da Barreira do Inferno – CLBI), tem condições de prover diversa gama de serviços, desde o suporte logístico, passando pela integração e testes de cargas úteis e dos veículos lançadores, até o lançamento e rastreio dos objetos espaciais propriamente dito. Diversos serviços associados garantem a segurança e a confiabilidade do lançamento, tais como previsão meteorológica, rastreio por radar e telemetria, registros e análise de dados, monitoramento do espectro eletromagnético, entre outros.
Em termos comparativos, a região de Alcântara possui características singulares, entre as quais: a localização privilegiada dos sítios disponíveis, a 2º18’ ao sul da Linha do Equador, e a proximidade do mar, o que possibilita lançamentos em amplo leque de órbitas, das polares às equatoriais, com livre evolução sobre áreas desabitadas; ambiente meteorológico e sísmico favorável; baixa densidade de tráfego aéreo; condições ideais para lançamentos de pronta resposta (responsive launches); suporte logístico de uma grande cidade nas proximidade, São Luís.
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira, órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia vinculada ao MCTI, responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.
Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.
Coordenação de Comunicação Social – CCS
*Com informações do COMAER e do MCTI
Fonte: Angência Espacial Brasileira